#Iluminarte – No inverso do reverso

O poeta, músico e improvisador Fabio Brazza mostra o maniqueísmo social em “Pensamento Inverso”, poema que virou livro. Uma visão pessimista sobre a humanidade, na qual a esperança não é verdadeira e a bondade humana é uma máscara usada para esconder o desejo egoísta de lucrar acima de tudo.

As máscaras estão aos poucos se desgastando e revelam a cada dia a real face maquiavélica do nosso povo. Em tempos em que a luta pelo amor é cada vez mais presente, o poeta diz que ela é vazia e não conseguiria vencer o poder da ganância. Brazza deixa claro que valores são apenas monetários.

A sociedade está acostumada com um “felizes para sempre”, baseado em amizades e relações pessoais, mas sabemos que, na realidade, a verdadeira busca pela felicidade é individual e pautada no lucro e vitórias sobre as outras pessoas. Como o próprio autor diz: “Meu umbigo é muito mais importante que meu amigo.”

Leia o poema e saia de sua zona de conforto…

“Vocês vão ver

O amor pelo poder

Vai vencer com louvor

O poder do amor

Pode crer

Meu umbigo

É muito mais importante que

Meu amigo

Com convicção eu vos digo

Lucro ao máximo

Vai superar o

Amor ao próximo

Solitários e sós

E não

Solidários entre nós

Nascemos para viver assim

Eu juro

A humanidade tem futuro

Esqueça essa mentira

Vamos continuar no escuro

Dominados por nossa ira

Tem quem duvide e diga

A maioria sempre quis união

Gandhi fez revolução sem briga

Jesus dividiu o pão

E mesmo assim

A humanidade sempre esteve partida

Esqueça essa bobagem

Aprenda a levar vantagem

Ser humano com apreço

Vamos substituir por

Ser humano com preço

Esse é o pensamento do mundo inteiro

Eu seria estúpido se dissesse

Não é pelo dinheiro

O objetivo

É dominar você

O verdadeiro poder

Está em dominar o outro

A utopia do louco

O amor é o caminho da felicidade

Eu não acredito

O mundo está perdido e quem venceu foi a maldade

Já não posso dizer

Tenho fé na humanidade

Basta ver!

Cadê a bondade?

Será preciso reverter tudo para enxergar a verdade”

 

Qual será a real verdade do poema? Apenas um ponto de vista pode fazer com que a sua primeira impressão confunda as intenções escondidas além das palavras.

Quantas vezes interpretamos algo errado simplesmente por não vermos as coisas de um outro ponto de vista, apenas superficialmente. Quando nos damos conta, já é tarde demais.

Não existe uma única verdade. O foco, algumas vezes, nos deixa cego e impede de vermos novas informações. É preciso ter a cabeça aberta para descobrir a outra verdade presente no poema.

Em uma sociedade dividida entre vilões e heróis, Brazza mostra que nem tudo é o que parece. De um jeito inovador, ele escreve dois pontos de vista em um só poema e quem se desafia a ver as coisas de uma nova forma enxerga a dualidade do poeta.

Estamos tão preocupados em condenar o outro que esquecemos de avaliar todos os pontos de vista. Às vezes, é necessário reverter tudo para enxergar a verdade.

Por Flávio Henrique, Giovanna Cortez e Pedro Rocha

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