O Circo

Sorriso no rosto. Vai começar o show. Respeitável público, boa noite, agora é a hora que tudo vai mudar. Chegou o palhaço, o elefante, o equilibrista, o malabarista, o mágico. Os olhos das crianças brilhavam e não haviam de piscar nem por um centésimo de segundo, já pensou perder algum truque? Impossível! E o músico acompanhava o ritmo, batia no tambor como se fossem as batidas do coração.

As cores. Ah, eram tantas cores, roxo, azul, amarelo, dourado, verde, vermelho, prata, cinza, rosa, laranja, branco, preto. Todas saltavam de um lado para o outro, enchiam os olhos e a alma, faziam noite virar dia, dia virar aurora boreal. O jogo de luzes hipnotizava qualquer um, e aquele homem de negócios, que não sorria há 479 dias, finalmente esboçou um resquício de felicidade, do jovem que foi um dia.

Esquecemos que as crianças viram jovens, os jovens viram adultos e os adultos amarguram, perdem o colorido, tornam-se cinza. Mas e o palhaço? É criança para sempre? Não, palhaço é adulto evoluído, é adulto colorido, ri e faz rir, levanta sem medo de cair, cai sem medo de levantar. Vai de um lado para o outro, conhece o mundo. Junto com o circo encanta, balança, dança e come pipoca até acabar, dorme até acordar, corre até cansar e só há de ir embora quando o show acabar.

O show tem que continuar! Assim como na noite, as estrelas voltam a brilhar.

Agora vai, vai sonhar um pouco em ter vida de palhaço.

Ter cor de sobra para nunca ser cinza.

Rodar o mundo.

Viver sorrindo.

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