A garota no trem
Sucesso editorial inspirado em thriller estreia com expectativas
Um boom editorial em 2015 deu à “Garota no trem”, de Paula Hawkins, um sucesso de 27 semanas entre os mais lidos no New York Times, consagrando-a como escritora e sua adaptação para o cinema estreou na última quinta-feira, 27, no Brasil. Com bilheteria superior a 50 milhões de dólares nos Estados Unidos, desde sua estreia em solo americano no começo do mês, alcançou o primeiro lugar na arrecadação, mas perdeu o posto para “O Contador”, de Ben Affleck.
Inspirado em “Garota Exemplar”, a narrativa de suspense conta a história de Rachel Watson (Emily Blunt), uma mulher divorciada e alcoólatra que encontra em um casal que vive à beira da linha do trem, um passatempo. Ela observa a vida de Megan Hipwell (Rebecca Fergurson), recém casada que tem a vida aparentemente perfeita. Ela é vizinha de Anna Watson (Haley Bennett), atual esposa do ex-marido de Rachel, Tom, com quem teve uma filha.
Com o roteiro bastante semelhante ao material original do livro, o filme se inicia com os pontos de vista das três mulheres, retratando a estrutura de capítulos do livro. Apesar da ligação entre as três, o ponto de vista mais explorando é de Rachel, deixando-a conduzir a lógica da trama, ainda mais com a tendência ao voyeurismo que ela apresenta.
A direção de Tate Taylor recebeu bastante reprovação dos críticos especializados devido ao foco exagerado na trilha sonora dramática, dando um suspense às respectivas cenas que não é acompanhado pela trama, sendo um ponto que poderia ser melhor trabalhado ao longo do filme. Outra questão mal apresentada é a presença de flashbacks. Apesar de serem essenciais para a resolução do mistério principal, são montadas de forma confusa entre o passado e o presente.
Algumas pontas são deixadas soltas durante o enredo, mas a atuação das personagens femininas compensa as falhas. Emily Blunt retrata com perfeição os altos e baixos do alcoolismo e Haley Bennett faz uma excelente atuação entre o jogo de sedução que faz com o marido e o drama vivido na guinada principal do longa.