Artistas se juntam para pedir apoio à Venezuela
O festival “Venezuela Aid Live” busca arrecadar US$100 milhões em doações
Na última sexta, 22, cerca de 200 mil pessoas se reuniram na cidade de Cúcuta, na fronteira da Colômbia com a Venezuela, em um festival que busca arrecadar doações para amenizar a crise humanitária no país. O “Venezuela Aid Live” foi organizado pelo magnata britânico Richard Branson, dono do grupo Virgin, e tem como meta juntar US$100 milhões em 60 dias.
Ao todo, 32 artistas de diferentes países participaram do evento que ocorreu na Ponte Internacional de Tienditas, no lado colombiano, mesmo local onde eram armazenadas toneladas de alimentos, kits de higiene e medicamentos para serem entregues ao povo venezuelano. Dentre os participantes, estavam presentes o presidente da Colômbia, Ivan Duque, os cantores Alejandro Sanz, Maluma, Juanes e Luis Fonsi, além do DJ Alesso e da atriz e digital influencer, Lele Pons. Além deles, o autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, participou da festa e liderava a frente para que os donativos pudessem ultrapassar a fronteira.
No início do festival, Richard Branson discursou no palco e agradeceu a presença de todos. “Esse show não se trata apenas de uma apresentação musical. É sobre marcar a diferença na vida de milhares de pessoas que vem sofrendo. Temos de romper com isso e terminar com essa crise”, disse o empresário, pedindo a união de todos.
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O colombiano Maluma postou em seu Instagram uma foto durante o Venezuela Aid Live. A foto teve mais de 1,8 milhões de curtidas.
Do outro lado da fronteira, apoiadores de Nicolás Maduro também se reuniram em um show para defender a manutenção do governo chavista. O concerto denominado “Hands Off Venezuela” (Tirem as mãos da Venezuela) recebeu o apoio do cantor britânico Roger Waters, ex-vocalista do Pink Floyd, que enviou um vídeo com as palavras: “Viva Venezuela” e “Deixe o povo venezuelano em paz”. Além disso, o governo de Maduro também tirou do ar sinais da emissora espanhola Antena 3 e da americana National Geographic, que transmitiam ao vivo o evento “Venezuela Aid Live”. Maduro também rompeu relações diplomáticas com a Colômbia.
Crise na Venezuela
Fechando 2018 com uma inflação superior a 1,7 milhão por cento e sofrendo com a escassez de alimentos, de produtos de higiene e de medicamentos, a Venezuela vive uma grave crise política, econômica e de abastecimento. A situação se agravou em 23 de janeiro, quando Juan Guaidó, líder da Assembleia Nacional, se autoproclamou presidente interino, acusando Maduro de ter fraudado as eleições de 2018. O governo de Guaidó foi reconhecido por alguns países, incluindo EUA, Reino Unido, Alemanha e Brasil. Segundo as Nações Unidas, cerca de 3,4 milhões de pessoas deixaram a Venezuela.
Repercussão no Chile
No último domingo, durante a abertura da 60ª edição Festival Viña Del Mar, no Chile, artistas latinos voltaram a se posicionar contra o governo Maduro e a favor de Guaidó. O cantor colombiano Sebastian Yatra convidou um grupo de crianças venezuelanas para o palco durante a apresentação de sua música “Un Año”. Os porto-riquenhos Wisin e Yandel discursaram pedindo união para resolver os conflitos na Venezuela.
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Foto de capa: Fernando Vergara / Associated Press