O banco do futuro
Com uma proposta inovadora, que agrega tecnologia e criatividade, as fintechs – empresas que operam na área financeira e empregam tecnologia para isso – conquistam um espaço cada vez maior no mercado.
As taxas bem inferiores, a menor burocracia e a regulamentação mais flexível são fatores que impulsionaram o crescimento desse novo ramo. O estudante de Letras, Vinícius Oliveira, de 19 anos, aponta a praticidade como um dos fatores fundamentais para que ele começasse a usar serviços digitais. “Consegui abrir minha conta pelo celular e resolvo tudo sem sair de casa. É tudo muito mais fácil”, diz.
Foram jovens como Vinícius que alavancaram o crescimento de iniciativas como o Nubank, que hoje conta com 5 milhões de clientes no cartão de crédito e 2,5 milhões na NuConta, e o Banco Inter, que alcançou 2 milhões de correntistas neste mês.
Apesar do sucesso com público, um dos maiores obstáculos para o Nubank é tornar as receitas maiores que as despesas. O CEO da empresa, porém, afirmou em entrevista à Reuters no ano passado que o objetivo da startup é “não perder oportunidades” e que lucro já em 2018 não era a meta. Fundado em 2013, os produtores do cartão roxo seguem como uma empresa de capital fechado.
Já o Banco Inter, que fez seu IPO – oferta de ações da empresa na Bolsa – no último ano, viu seus lucros aumentarem 38% em relação a 2017, e fecharem 2018 com R$ 74,2 milhões de superávit.
Atualmente, o monopólio do setor financeiro está concentrado nos cinco maiores bancos do país (Banco do Brasil, Caixa, Santander, Itaú e Bradesco) e desafiar a lógica do mercado tradicional é um desafio para os empreendedores.
Mesmo com ideias inovadoras, as fintechs ainda não conseguem bater de frente com os bancos tradicionais. De acordo com dados divulgados em 2016, o Santander – banco com menor número de correntistas entre os cinco grandes do setor – possuía, na época, quase 17,5 milhões de clientes, cerca de sete vezes mais que número alcançado pelo Nubank em 2018.
Hoje, as fintechs são complementares aos bancos, visando nichos com demandas específicas. É possível, por exemplo, conseguir um cartão de crédito e empréstimos sem precisar necessariamente abrir uma conta.
No momento, ainda que o não ameacem a hegemonia dos grandes bancos, essas iniciativas contribuem para o aprimoramento do mercado como um todo.
Foto: site “A Rica Simplicidade”