Cara a Cara: Mount
O streamer Gabriel Montresor, 21 anos, mais conhecido como Mount, vem crescendo e ganhando cada vez mais seguidores, juntamente com as lives de games. Gabriel é um paulistano, estudante de publicidade e propaganda, que sempre considerou os games e o entretenimento como um hobbie, mas depois de ser incentivado por amigos, decidiu começar a produzir com mais frequência conteúdos em live.
Mount conta que em 2016 teve um início difícil, em que passou cerca de três meses fazendo live para poucas pessoas. Em contrapartida, o ano de 2020 vem sendo muito bom para o streamer, ele ganhou cerca de 100 mil inscritos no seu canal do YouTube em dois meses e começou a fazer lives diárias de aproximadamente 8 horas. Em uma conversa com o Portal WHIZ, Mount contou um pouco de sua história e seus futuros projetos, confira abaixo:
WHIZ: Quem foi sua inspiração para entrar nesse mundo de entretenimento?
Mount: Uma pessoa que foi uma grande inspiração, que é um grande amigo meu hoje, é o Alanzoka. Eu conheci ele em 2016 e ele me incentivava a jogar mais, a fazer lives e foi a partir daí que eu comecei na Twitch.
WHIZ: Você se considera mais um gamer, um youtuber ou um streamer?
Mount: Então, por mais que eu jogue todos os dias por várias horas, eu não me considero um gamer, porque o foco do meu conteúdo não são os jogos e sim a conversa e a experiência que estamos tendo, por isso eu me considero mais um streamer.
WHIZ: Qual foi sua motivação para continuar fazendo lives?
Mount: Eu acho que eu cheguei hoje onde eu estou, porque eu nunca precisei ganhar dinheiro e podia fazer como um hobbie. Então, por mais que não tivesse gente acompanhando, eu não me importava com o dinheiro ou se tinha muita gente, eu me importava de ser algo legal e eu gostava da interação.
WHIZ: Quando você percebeu que isso tudo deixou de ser apenas um hobbie?
Mount: Eu acho que essa chavinha virou, deixou de ser um hobbie e passou a ser algo mais sério no momento em que eu vi que eu tinha capacidade de me sustentar. Então se eu fosse morar sozinho eu conseguiria me manter com o dinheiro que eu estava ganhando da Twitch.
WHIZ: Caso tudo acabe do dia para noite, você tem um plano B?
Mount: Esse negócio de um plano B é muito importante, principalmente na internet, se eu for banido da Twitch, seria como se eu tivesse sido demitido e eu não pudesse procurar outro emprego, porque a Twitch é o único lugar que dá pra fazer isso. O meu plano B hoje é voltar para a faculdade, entrar no mercado publicitário e nesse mercado mais formal.
WHIZ: Você passa cerca de 8 horas por dia fazendo live, qual o motivo para tanto tempo?
Mount: O motivo hoje, de eu fazer tantas horas de stream, é justamente por causa da COVID-19. Eu estou respeitando muito a quarentena, sou do grupo de risco e não estou saindo para nada, nem para ir no mercado. Então eu fico o dia inteiro em casa, aí eu me dediquei mais nesse período a fazer streams.
WHIZ: Nós conhecemos o Mount, agora gostaríamos de saber quem é o Gabriel Montresor?
Mount: Eu sou uma pessoa que sempre gostei e dei muito valor aos meus amigos e também dou muito valor a minha vida privada. Fora da internet eu fico completamente desligado, encontro meus amigos, assisto filmes e isso é uma parte que eu evito mostrar, porque eu já passo muitas horas online.
WHIZ: Você acredita que ainda existe preconceito nesse mercado?
Mount: Com certeza, esse cenário de stream é um cenário muito machista e muito racista. A porcentagem de homens brancos que estão no topo é de 90% para mais. Então sem dúvida é um cenário muito preconceituoso, que dá muito pouco espaço, mas também vemos projetos muito legais, como o Wakanda Streamers, que é um projeto para streamers negros e pretos.
WHIZ: Você tem algum projeto para o futuro?
Mount: O que eu mais penso pro futuro é ampliar o que eu faço na internet, e como tudo na vida as pessoas cansam, então o que eu quero fazer hoje é aumentar a quantidade de projetos. Eu também já tive um podcast e aí eu tenho esse projeto de voltar com ele, mas com outras pessoas, só que presencialmente.
WHIZ: Sobre o seu podcast, a ideia já está no papel ou ainda são só ideias?
Mount: Para o podcast, tudo o que falta é acabar o COVID-19 e me juntar com um amigo para fazermos ele. A gente já sabe o que quer, já sabemos sobre o que vamos falar, convidados que vamos chamar e os assuntos que vamos abordar.
WHIZ: E você pode dar uma prévia sobre o que vai ser o podcast?
Mount: O que eu quero fazer hoje é criar um podcast para dar voz para pessoas que não tem voz socialmente. Eu abordo muitas vezes em live assuntos como machismo, racismo, transfobia e etc. Aí sou eu falando, um homem branco, hétero e o que eu quero fazer é exatamente isso, trazer esses assuntos, em um podcast, com pessoas que tem experiência para falar. Pessoas que vivem na pele, estudiosos da área e justamente abordar esses assuntos porque o conhecimento só vem a partir de diversas discussões e se nós não conversarmos e não discutirmos, cada um vai continuar mantendo a sua mente fechada e a gente não vai evoluir como sociedade. Então eu tenho muito essa vontade de criar um podcast, chamar convidados que queiram abordar esses assuntos e que tenham capacidade de abordar esses assuntos com propriedade. Apresentando para um público que muitas vezes não foi apresentado esse tipo de discussão.
WHIZ: Quais dicas você daria para alguém que está começando agora ou querendo entrar no mundo do streaming?
Mount: A maior dica que eu posso dar, que é uma das coisas mais importantes, é a interação do streamer com a comunidade. Se você é um streamer novo, saiba que interagir com o chat é o motivo da galera continuar lá, então dê atenção ao chat, porque ele é a alma da comunidade.