O que as grifes escondem por trás de um logotipo?

Nas últimas semanas, fabricantes chineses ganharam destaque por exporem no TikTok grandes marcas de grife como Hermès, Chanel, Louis Vuitton, Estée Lauder e Bobbi Brown. Os vídeos divulgados afirmavam que grande parte das bolsas dessas marcas são fabricadas na China, até mesmo as que carregam o selo de “Made in France” ou ”Made in Italy”.

A polêmica da produção de bolsas de luxo na Ásia não é de hoje. A ofensiva midiática por parte de fabricantes chineses intensificou a guerra comercial entre o país e os Estados Unidos, trazendo à tona a verdade sobre o mercado de luxo.

A denúncia dos chineses tem um grande impacto nos questionamentos relacionados à cadeia produtiva, originalidade e o valor agregado pelas etiquetas, podendo trazer mudanças econômicas, sociais, e culturais. Segundo os chineses, o mesmo produto que é vendido por 20 mil no mercado de luxo, sai da fábrica por 3 mil.

Os fornecedores que focavam em vender para grandes marcas agora miram no consumidor global, e o que antes era bastidor, se torna um escândalo público. É o luxo sendo engolido pela lógica da desintermediação e pela esperteza digital.

Uma etiqueta pode não contar a história completa de um produto, principalmente europeus. Mesmo que grande parte da fabricação seja feita na Ásia e somente sua etapa final na Europa, um produto ainda pode ser considerado “Made in France” ou “Made in Italy”.

Denúncia ou Marketing?

Apesar de toda a polêmica, os chineses têm se beneficiado de toda essa situação, transformando-a em estratégia de marketing para se promoverem, afastando o imaginário de que “Made in China” é sinônimo de má qualidade. Talvez a diferença não esteja de fato no produto, mas sim no preconceito com um simples “Made in …” já que a única coisa que separa o luxo do genérico perfeito é o CEP da fábrica.

No meio de tanta polêmica, fica a reflexão: Será que o luxo é o objeto em si ou a história que te contam sobre ele?

1 thought on “O que as grifes escondem por trás de um logotipo?

  1. Ótima matéria, ela vai além do glamour e da estética para nós questionar o que realmente está sendo vendido status, identidade ou pertencimento, o texto também nos convida a olhar criticamente para forma como consumimos a moda.

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