A geração de mulheres que não precisam ser salvas
Foto: IMDb
Em Vingadores: Guerra Infinita, mulheres ganham espaço para lutar contra o machismo
No dia 26 de abril, os fãs da Marvel lotaram as salas de cinema do mundo todo para assistir Vingadores: Guerra Infinita. A superprodução é de fato impressionante – a trilha sonora é incrível, efeitos especiais impecáveis e a trama bastante impactante. O filme é surpreendente e inovador em vários sentidos, mas como mulher, um aspecto prendeu minha atenção: a grande presença feminina no filme.
A participação e o protagonismo de heroínas nas histórias sempre me fez vibrar, porém, eram raros os filmes em que se via isso. Mesmo com a presença da Viúva Negra em alguns longas da Marvel, a espiã era apresentada de forma sexualizada. Aos poucos, vimos a personagem evoluir, ganhar solidez e conquistar seu espaço entre os heróis, mas ainda faltava algo.
Vi uma grande mudança após o lançamento de Mulher Maravilha, da DC. O filme, protagonizado por grandes mulheres – desde a heroína até a grande vilã – deixou claro pontos importantes. O primeiro é que o público desses filmes deixou de ser majoritariamente masculino há muito tempo. Além disso, o longa deixou claro que o protagonismo feminino não espanta o público, muito pelo contrário: a bilheteria de Mulher Maravilha ultrapassou produções enormes, como Guerra Civil e Homem de Ferro 3.
Agora voltemos para o universo Marvel. Em Thor: Ragnarok a presença de Valkyrie e Hela já havia me deixado extremamente feliz. Pantera Negra com Shuri, Nakia, Okoye me impressionou, e o último filme da empresa não ficou para trás.
Na primeira meia hora de filme, já vemos uma cena bem incomum no universo dos heróis: uma mulher, Wanda, salvando seu namorado, Visão. Em outros tempos, a situação com certeza seria invertida. Além disso, temos Gamora como uma chave importantíssima para chegar ao grande vilão, Thanos, além de causar grande impacto sobre ele – sem explorar o corpo da personagem ou apelar para um romance. Mas é em uma das últimas cenas que o filme conquista qualquer uma. Veja no vídeo abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=dmVsFUCHg-c
Em um filme que conta com mais de dez super heróis, o fato de uma mulher salvar a outra – de uma vilã, ainda por cima – é extremamente representativo e necessário. A cena afirma a auto-suficiência feminina. É como gritar bem alto, para, literalmente, o mundo todo ouvir: “homens, não precisamos de vocês. Nós temos a nós mesmas, e isso basta”. Conquistar esse espaço em um universo que já foi totalmente dominando pelo machismo só mostra como nossa voz é importante e porquê não devemos nos calar. Essa melhora não significa que as coisas estão bem. Ainda temos muito a lutar, mas a nossa guerra não precisa ser infinita.
Que matéria linda, eu amei demais! Adoraria ver mais coisas sobre mulheres no universo cinematográfico por aqui. Arrasou demais na matéria, Antônia. E me sinto/senti da mesma forma vendo os filmes. É bom saber que não estamos sozinhas <3 You're not alone
Matéria sensacional!