A história é sobre quem conta as histórias
Confira algumas obras cinematográficas que retratam o jornalismo
A figura do jornalista pode ser controversa diante da visão estereotipada da sociedade. Em algum caso, isso aproxima-se do ideal. O trabalho jornalístico não deve agradar nenhum lado, e sim prestar os serviços necessários que lhe cabem. Fatos como esse e outros, são frequentemente lembrados nos cursos de jornalismo. Dessa forma, essas questões também são abordadas nas representações cinematográficas. Algumas delas possuem uma visão mais “otimista” para com o papel jornalístico, mostrando principalmente como o serviço é importante para a sociedade e o seu resultado é gratificante. Outras obras acabam mostrando alguns problemas e uma imagem “desiludida” do mundo jornalístico. Confira algumas das obras fundamentais para qualquer aluno de jornalismo, ou mesmo, um curioso sobre o tema:
Spotlight: Segredos Revelados (2015)
O filme é baseado em fatos reais e retrata o trabalho de um grupo de jornalistas em Boston. Por meio de uma espécie de “força-tarefa” de jornalismo investigativo, os repórteres conseguiram reunir inúmeros documentos capazes de provar abusos contra crianças. No caso, padres católicos cometiam crimes sexuais, que foram acobertados pela Igreja por décadas. A obra cinematográfica mostra inúmeras dúvidas sobre como agir no cotidiano jornalístico, devido aos dilemas comuns em trabalhos investigativos.
The Post: A Guerra Secreta (2017)
Dentre as obras da lista, “The Post: A Guerra Secreta” é o lançamento mais recente. O filme do consagrado diretor Steven Spielberg retrata o caso do jornal estadunidense The Washington Post, que vivia um dilema na relação entre deixar de ser uma empresa regional e tornar-se uma grande empresa nacional. Enquanto isso, o jornal vive também a necessária busca por furos jornalísticos que coloquem a empresa no topo do mercado. O drama da briga pela informação gira em torno de documentos que mostram mentiras do governo sobre a Guerra do Vietnã, o que gerou o conflito da trama. No final das contas, a obra é uma verdadeira declaração de defesa à liberdade de imprensa.
Todos os Homens do Presidente (1976)
A obra é um dos maiores clássicos cinematográficos sobre jornalismo. A história do filme gira em torno de um dos casos mais relevantes para os interessados por esse universo, o caso Watergate. O assunto, muito debatido nas salas de aula do curso por todo o país, é retratado no filme ao mostrar o trabalho de dois jornalistas do The Washington Post, que investigaram e denunciaram o caso. Em seguida, a questão influenciou diretamente a saída de Richard Nixon do cargo de presidente dos EUA. A função jornalística é exaltada no papel dos dois repórteres que insistem no fato, devido a sua grande relevância para a sociedade americana e, consequentemente, mundial.
O Abutre (2014)
O personagem principal da obra vive de pequenos delitos e acaba conhecendo o universo dos autônomos que trabalham filmando e fornecendo notícias para o mundo do jornalismo sensacionalista. Lou, interpretado por Jake Gyllenhaal, decide investir no material para começar a fazer tal papel. A personagem fascina os espectadores com sua rápida adequação ao trabalho, que tomou como sua nova forma de levar a vida. A obra faz refletir e critica sobre até onde pode ir o interesse público, além de como a sociedade tem interesse por temas que invadem a privacidade de certas figuras. Ou seja, o sensacionalismo acaba ganhando espaço com um interesse “sujo” da sociedade.
Conspiração e Poder (2016)
A produtora da CBS, Mary Papes, interpretada por Cate Blanchett, juntamente com o âncora Dan Rather, papel feito por Robert Redford, suspeitam de que o presidente George W. Bush foi um dos beneficiados em não ir para a Guerra do Vietnã, por usar contatos. Os dois pretendem levar a história ao ar, mas o fato só começa uma guerra entre o poder constituído na tentativa de tirar o crédito das informações, o que mexe com o emprego dos dois contratados da CBS. A questão levanta, então, a discussão jornalística sobre a influência que o papel profissional pode ter na vida pessoal dos jornalistas, já que trata-se de questões muito importantes para políticas.
Voyeur (2017)
O filme trata de um caso contado pelo famoso Gay Talese, muito conhecido no mundo do jornalismo. Na história da obra, ele faz uma espécie de “perfil” de Gerald Fools, dono de um motel no estado americano do Colorado. Gerald usava plataformas especiais, das quais aproveitou para espionar seus hóspedes por anos. “Voyeur” trata, além de uma história intrigante, sobre a forma como Talese agiu jornalisticamente, pensando na sua abordagem em relação às informações que tinha em mãos, checagem com outras fontes, entre outras discussões.