A luta por meio das palavras

Já pararam para pensar que todos aqueles livros clássicos que te fizeram odiar literatura foram escritos por homens? Que todas aquelas tramas e indagações, se traiu ou não, são sempre narradas da perspectiva masculina? Pensando nisso, listamos algumas escritoras que causaram grande impacto na história mundial, provando que o feminino não é só cor-de-rosa.

 

Mary Wollstonecraft

Se há uma pessoa que devemos agradecer pelo feminismo, é Mary Wollstonecraft. Ela ficou historicamente conhecida como a mãe de Mary Shelley, escritora de Frankenstein, mas, muito antes do nascimento de sua filha, já reescrevia a história com seu livro “Reivindicações dos Direitos da Mulher”. Nele, Mary tenta provar que as mulheres são racionais, defendendo a necessidade de haver uma mulher no parlamento (mulheres nem podiam votar) e enfrentando vários nomes renomados, como o filósofo Rousseau.

 

Mary Shelley

Mary Shelley, filha de William Godwin e Mary Wollstonecraft, é a escritora de um dos maiores contos de ficção científica de todos os tempos: Frankenstein. A obra foi escrita devido à uma aposta feita por Lorde Byron (poeta inglês) em uma tarde tediosa de verão. Shelley tinha somente 19 anos e nunca havia imaginado que uma brincadeira a transformaria em uma das maiores escritoras de todos os tempos. Além disso, ela foi reconhecida em vida (mulheres geralmente não podiam escrever, então, não tinham seus livros publicados).

 

Jane Austen

Nascida em um ambiente rural e filha de um reverendo, Jane Austen nunca foi incentivada à erudição. Desde a pré-adolescência, sentia uma inclinação à escrita, produzindo poemas e contos. Com apenas 17 anos, escreveu seu primeiro livro, “Lady Susan”, que só foi publicado em 1871. Todas as personagens femininas de Jane são complexas, com falas irônicas e sarcásticas (desafiando os padrões da época, em que as mulheres deveriam ser submissas). Sua obra de maior sucesso é “Orgulho e Preconceito”, adaptada aos cinemas em 2006, com Keira Knightley como protagonista. Todos os seus livros foram publicados com o pseudônimo de “Uma senhora” e seu verdadeiro nome só foi revelado após sua morte. 

 

Emily Brontë

Quinta filha entre seis irmãos, Emily sempre esteve engajada com a literatura. Suas obras foram publicadas com um pseudônimo masculino, “Ellis Bell”, devido à falta de visibilidade da escrita feminina. Emily escreveu apenas um romance: “O Morro dos Ventos Uivantes”, considerado revolucionário para a época. O livro é narrado pela governanta da casa, Nelly Dean, e a personagem principal, Heathcliff, ao mesmo tempo que é herói (apaixonado pela mocinha), é vilão (amargo e vingativo), o que foge de todos os padrões estéticos narrativos.

 

Clarice Lispector

E é claro que não podia faltar a fada da literatura brasileira. Mesmo tendo nascido mais de um século depois de Emily Brontë, Clarice teve um papel importante na literatura mundial. Ao contrário da maioria dos escritores, Clarice escrevia para “libertar a alma”, não como forma de ganhar a vida. Sua obra mais famosa é “A Hora da Estrela”, adaptada às telonas em 1985 com o mesmo título.