As cidades-sede após as Copas do Mundo
Foto: Reprodução/Site Oficial da Fifa
Os legados das Copas do Mundo pelas cidades-sede nos últimos 15 anos
Japão, Coreia do Sul, Alemanha, África do Sul e Brasil sofrem as consequências dos últimos mundiais graças aos enormes gastos exigidos para sediar esses eventos globais.
Por todos os lugares em que passou, a Copa do Mundo deixou inúmeras consequências econômicas, culturais e infraestruturais em meio às promessas feitas a população dos países que sediam o evento. O crescimento econômico e futebolístico em algumas áreas são alguns dos falsos juramentos para aqueles que abrem os braços para receber a maior festa do futebol.
Uma das Copas mais bem sucedidas foi sediada na Alemanha, em 2006. Com certa melhora do sistema de serviços públicos, nem a grande economia alemã ficou de fora do não cumprimento de um significativo crescimento por causa do evento. Para superar o problema dos estádios não utilizados após o mundial, foi necessária a criação de um novo time pela empresa Red Bull para cobrir os gastos. Não se pode negar o fortalecimento do futebol local, mas não foi o caso dos países que receberam a cerimônia nos últimos 15 anos, como a Coréia do Sul, Japão, África do Sul e Brasil.
Um dos grandes legados da Copa são os chamados “elefantes brancos”. Por uma imposição da Fifa, o país anfitrião deve apresentar um estádio para cada uma das suas doze cidades-sede. Estádios esses, que custam milhões de dólares e que às vezes são construídos em lugares nos quais sua capacidade de público é maior do que a população local. Mesmo em países bem infraestruturados como o Japão, que celebrou o evento em 2002, os tais “elefantes brancos” podem ser encontrados há mais de dez anos depois, como o estádio Miyagi, uma construção que ainda não se pagou e acumula cada vez mais impostos para seu donos.
A melhora da mobilidade urbana foi um das principais consequências deixada pelos espetáculos mundiais. No país africano, os avanços, mesmo que poucos e concentrados nas áreas nobres das cidades, podem ser vistos com a criação de corredores de ônibus e reformas nos aeroportos, como o da Cidade do Cabo e de Joanesburgo. Países que já possuíam transportes de qualidade, como Alemanha e Japão, tiveram pouca verba destinada para esse segmento.
A Copa do Mundo de 2014 foi mais um exemplo de que essa se trata de um evento que beneficia (mesmo que moderadamente) os países que possuem condições de proporcionar um evento de qualidade sem necessitar que todo o investimento para o evento deva ser retornado para melhorias públicas nacionais. Com muitas obras inacabadas após 4 anos, o Brasil hoje se encontra sem significativos desenvolvimentos de bens comunitários, com estádios gigantescos localizados em regiões desnecessárias e como os outros países, com melhor legado da Copa do Mundo: a mistura de culturas.