Cara a cara: Felupz
foto: Felupz
Explore um novo mundo no ritmo de um artista que foge dos padrões e usa a música como carro-chefe para representatividade
Baiano de Salvador e com quase toda família envolvida com a arte, Luiz Felipe, ou melhor, Felupz, iniciou sua trajetória na arte seis anos atrás, quando começou a fazer aulas de teatro, ballet e jazz. Aos poucos, viu que seu talento se voltava mais para estilos menos clássicos e tradicionais e inovou em sua arte: “Eu sempre gostei na escola de todo trabalho artístico. Depois de algum tempo, eu comecei a fazer um estilo de dança mais street, porque antes eu estava muito no clássico e minha pegada era outra: a performance artística, pop e street dance”, diz Felupz. Ele não parou por aí, de aluno passou a dar aulas e hoje é também instrutor de Fit Dance.
Além dos trabalhos com dança, Felupz também atua e participou de figurações na novela Segundo Sol, da Rede Globo, até curta-mestragens. Mas, faltava uma coisa: a música. Fã da série Glee e de musicais, em 2015, começou a fazer aulas de canto e recentemente lançou sua música autoral, com parcerias de Tari A Zazi e Orun, La Bumba.
Seu primeiro single é uma parceria de amigos. Tari A Zazi, co-autor da música, e Felupz se conheceram há algum tempo e sempre conversavam sobre fazer “um som juntos”, até que a ideia se concretizou. “A gente foi escrevendo, escrevendo, com a parceria de Doizá, quem fez o beat da música. E aí foi crescendo, minha companhia de dança fez a coreografia, no caso Michael Cavalcante, e se tornou real, junto com os meninos da Orun e a direção de Hisan Silva. Aí nasceu La Bumba.”
Música com ritmo envolvente, La Bumba traz um pouco da personalidade de seu autor. “Tari escreveu a parte dele e eu escrevi a minha. A minha é bem minha cara. “Se eu não me achar, quem é que vai se achar por mim. Eu sempre falo isso e o povo não aguentava mais, então eu decidi botar na minha parte e ai foi crescendo, crescendo”.
Sobre a importância da música, da dança e do teatro na sua vida, Felupz afirma:
“A música, a dança e o teatro representam que sou eu hoje, quase tudo para mim. A arte tá presente na minha vida desde muito novo, antes de eu nascer a arte estava em mim sem eu saber. Representa tudo para mim, amor, às vezes raiva, felicidade, tudo!”.
Para Felupz, seu estilo musical vai de cada momento.
“Não tem um estilo musical que eu mais me identifico. Eu sou muito de momento, tem momento que eu tô muito pop, tem momento que eu tô muito funk, outros que eu tô muito indie/alternativo. Então, vai muito do que eu tô sentindo, porque eu sou uma pessoa muito eclética para música.”
O cantor, dançarino e ator traz consigo a questão da representatividade negra e da LGBT. Um artista desconstruído, Felupz abraça todos os tipos de gente e de estilos de vida para sua arte: “Se na música e no clipe só tiver um padrão, as pessoas que estiverem assistindo vão achar que não estão nesse padrão, pode mexer até na autoestima da pessoa. Eu quis buscar isso para La Bumba. Inicialmente, o clipe tinha um conceito de ser apenas com pessoas negras, mas eu quis trazer uma coisa diferente, várias etnias e pessoas diferentes, que dançam estilos diferentes e a minha proposta de audiovisual sempre vai ser essa”.
Quanto ao futuro, o projeto de Felupz é lançar mais singles e juntá-los em um ep. Além disso, ele busca inovar nos estilos e trazer sempre a mistura entre ritmos musicais, principalmente os internacionais com os brasileiros. Fazer outros clipes também está em seu planejamento.
Para quem quiser conferir, a música está nos principais serviços de streeming e no YouTube.