Cara a cara: Gabi Zanotti
Foto: Agência Corinthians/Bruno Teixeira
Com passagens em clubes dos Estados Unidos, China e Coréia do Sul, Gabriela Zanotti, de 35 anos, defende o Corinthians desde 2018. Meio campista, ela foi peça importante para as conquistas do Campeonato Paulista e da Libertadores no último ano. Agora, devido à pandemia do novo coronavírus, o Campeonato Brasileiro está paralisado e a jogadora se encontra com uma nova rotina. Confira a seguir como Gabi Zanotti tem se adaptado à nova realidade e um pouco mais de sua relação com o futebol.
WHIZ: Quando você começou a jogar futebol?
Gabi: A paixão pelo futebol vem de família e começou na infância. Com 8 anos, já jogava na escola, na rua e em um time da minha cidade natal, no interior do Espírito Santo.
WHIZ: Quais as melhores coisas que o futebol te proporcionou?
Gabi: Primeiro foi estudo, pois sempre ganhei bolsa escolar, do ensino médio até a graduação. Também me proporcionou muito aprendizado com as viagens e os desafios morando no exterior. Por fim, me tornou um ser humano melhor, sem dúvida.
WHIZ: O que você acha que ainda falta para o futebol feminino?
Gabi: Mais pessoas capacitadas e comprometidas com o desenvolvimento da modalidade. Mais visibilidade e investimento, o que é consequência de um marketing bem elaborado.
WHIZ: Como você está enfrentando a pandemia?
Gabi: Tenho tentado manter uma rotina de treinos e me ocupar com outras tarefas em casa. Mas confesso que não é fácil manter uma rotina de horários. Tem semana que é complicado, dá um desânimo mesmo. Fiquei assim semana passada, criei uma expectativa de retorno e postergaram a data. Agora não temos nem previsão de retomada das atividades. Aí comecei trabalhar a mente, conversei a nossa psicóloga, Djara Fortes, ela me deu algumas orientações e passou algumas técnicas para trabalhar alguns pontos. Nunca pensei que fosse tão difícil controlar nossa mente (risos).
WHIZ: Qual a relação com o time nesse momento?
Gabi: Nossa relação continua bem próxima. A comissão técnica do Corinthians tem nos dado todo o suporte, todos os dias eles enviam o planejamento de treino. Temos reunião constantemente com os nutricionistas, fisioterapeutas, psicóloga do esporte e com a parte técnica.
WHIZ: O que você espera da volta do campeonato?
Gabi: Bom, primeiro eu espero que o campeonato realmente volte. Tenho receio de cancelarem as competições. Se isso acontecer, iremos retroceder muito com a modalidade. O futebol feminino estava em um grande momento de ascensão e conquistando cada vez mais espaço na sociedade. Espero que possamos retomar isso após a pandemia.
WHIZ: O que te move para continuar jogando/lutando pela modalidade?
Gabi: Primeiro a minha paixão pelo esporte. Luto para ver o futebol feminino sendo valorizado. Para que as próximas gerações consigam viver apenas do futebol e para que o futebol feminino seja visto e reconhecido como uma profissão.
WHIZ: Com qual palavra você define o futebol feminino? Por que?
Gabi: Paixão. A gente não escolhe pelo dinheiro, como acontece em algumas profissões. É por amor!