Cara a cara: Thiago Wild
Sua paixão é por um esporte que chama a atenção de quem para assistir um torneio, seja ao vivo ou na televisão. O tenista brasileiro Thiago Seyboth Wild coloca amor naquilo que faz e assim se tornou o segundo brasileiro a ser campeão do US Open juvenil em 2018 e o brasileiro mais jovem a jogar o Rio Open. Hoje, aos 19 anos, ele sonha em alcançar outras vitórias e o mundo. O paranaense contou um pouco para a gente sobre sua trajetória até o sucesso e como tudo começou.
WHIZ: Como você começou no tênis e quem te inspirou a jogar?
Thiago: Comecei com meu pai que tem uma academia em Marechal Cândido Rondon, nossa cidade natal no Paraná. Ele foi minha inspiração inicial, foi tenista, chegou a morar na França. Ele me indicou o caminho correto. Hoje me inspiro no Rafa Nadal por sua fibra, garra e nunca se entregar.
WHIZ: Como o esporte está presente em sua família?
Thiago: Além do meu pai e de mim, minha irmã Luana que se tornou tenista foi inspirada por ele também. Só minha mãe que é dentista ficou de fora. Nós moramos no Rio de Janeiro e treinamos na Tennis Route. Meu pai é um dos treinadores de lá. Minha mãe ficou no Paraná por conta do trabalho dela, mas vem com alguma frequência nos visitar e sempre que dá vamos para lá. A família é a base de tudo e eles me dão grande suporte.
WHIZ: Como é ser o tenista mais jovem a jogar o Rio Open?
Thiago: Foi bacana. Uma grande experiência. Saí chateado, pois senti que poderia ganhar. Perdi algumas chances, mas depois veio a primeira vitória em ATPs, em São Paulo. Foi uma ótima sensação, mas ainda tenho muito a conquistar.
WHIZ: Como é abdicar sua vida de jovem, com os amigos e família, para estar viajando e jogando?
Thiago: Tranquilo. Sou mais quieto, na minha, não sou baladeiro. Tenho uma namorada que foi tenista que entende do esporte das viagens e me dá grande suporte. Para ser tenista com sucesso, entendo que é preciso abdicar de muita coisa, senão não vou chegar onde quero, que é lá no alto.
WHIZ: O que te faz manter o foco durante um torneio?
Thiago: Há pouco mais de um ano, faço meditação antes de treinos e de partidas. Isso ajuda a me concentrar, deixar a ansiedade de lado e focar em cada ponto independente do jogo e do momento da partida.
WHIZ: Como é estar longe de onde nasceu?
Thiago: Adoro Marechal, sinto saudades de lá. Mas como tenista, tenho que entender que a vida de viagem é normal, então tudo veio ao natural para mim. Se não gostar de viajar, melhor nem virar tenista.
WHIZ: Ganhar o US Open juvenil foi uma experiência sensacional, acredito. Você esperava chegar à vitória? Qual a sensação em receber um prêmio?
Thiago: Era um objetivo vencer o Slam ano passado, sabia que tinha condições. Em Roland Garros fiz semi, bati na trave e tive uma lesão no ombro. Então em Nova York sabia que tinha possibilidades. Foi uma sensação enorme de orgulho, um grande feito, mas apenas juvenil, o que conta mesmo é o profissional que é meu foco atual.
WHIZ: Você tem muitos seguidores no Instagram, acaba sentindo que está influenciando muita gente?
Thiago: Depois do Us Open, quando fiquei mais visível na mídia, passei a pensar nisso. Recebo muitas mensagens e curto a galera que me segue. É bom ver que influencio as pessoas, é uma grande responsabilidade para mim.
WHIZ: O que é o tênis para você?
Thiago: Tênis é tudo na minha vida, é o que me move, o que me faz acordar cedo e trabalhar todo dia, é viajar, é estar longe da família e da namorada. Buscando conciliar isso tudo com o foco e objetivo de ser grande.
WHIZ: Se pudesse dar uma dica para quem está começando no esporte agora, o que falaria?
Thiago: Minha dica é trabalho, trabalho e trabalho, foco diário nos seus objetivos e sonhos. Um dia você chega lá!