Embarque nessa experiência
Apesar do ano de instabilidade financeira, pesquisa revela que o número de intercambistas brasileiros têm aumentado gradativamente.
A BELTA (Brazilian Educational & Laungage Travel Association) divulgou em sua última pesquisa que o mercado brasileiro de educação internacional cresceu 20,46% em 2018. Isso quer dizer que o número de brasileiros que conseguiram estudar no exterior passou de 302 mil estudantes para cerca de 365 mil.
Em um ano de crise econômica e de instabilidade política, a quantia total movimentada pelo setor de intercâmbio foi de 1,2 bilhão de dólares. Outro levantamento revela que cerca de 60% das pessoas que decidem viajar são mulheres e mostra que a maioria decide ir sozinha, sem amigos ou nenhum tipo de conhecido nos destinos.
Os destinos mais procurados são: Canadá, EUA, Reino Unido, Irlanda, Austrália e Malta. O Canadá lidera há 13 anos, mas Malta vem crescendo por conta das politicas de estudo e trabalho oferecidas, que possibilitam que o estudante, mesmo fazendo um curso, tenha o direito legal trabalhar durante os estudos, o que reduz o investimento do intercâmbio.
Isabela Minelli, 21, explica que um dos pontos positivos ao participar do intercâmbio foi criar sua independência. “Apesar de eu ter uma host family, eu era dona de mim mesma. Eu aprendi a lidar com situações que eu nunca tinha lidado sozinhas, como controlar o dinheiro. Meus pais enviavam uma quantia por mês e eu tinha que me controlar”, narra.
Nesse aspecto, a pesquisa também revelou pontos que interferem na decisão do estudante na hora de escolher um destino, como o câmbio favorável (que se destaca em primeiro lugar), ser um país com língua nativa inglesa (segundo lugar), e que o local tenha qualidade de vida (terceiro lugar).
Isabel Marinho, 20, comenta a importância de poder ir para outros países e estudar. “Foi uma oportunidade única na minha vida e faz muita diferença para aprender a língua nativa de outro lugar do mundo”, conta.
Ainda que seja uma experiência indescritível, muitas pessoas se sentem apreensivas ao fazer uma viagem para um lugar desconhecido, no qual não se sabe completamente seu idioma. “Acho que todos se sentem assim mas enfrentar esse medo ajuda a ganhar mais confiança futuramente”, diz Isabel.
Já Isabela, conta que passou por um período difícil longe da família, mas aprendeu a enfrentar e aproveitar a oportunidade. “O que me fez crescer mais foi aprender a lidar com os meus sentimentos. Eu fiz o intercâmbio em 2015, com 16 anos, e, apesar de eu querer muito, foi desesperador quando cheguei no Canadá. Passei quase um mês chorando todos os dias, querendo voltar para o Brasil, mas chegou um momento em que eu falei para mim que estava lá e por mais seis meses lá seria minha casa. A partir daí, eu consegui ver a chance maravilhosa que eu tinha e também que a vida era maravilhosa no Canadá”, descreve.