Fake News e a era da pós-verdade
O jornalismo declara guerra à fake news. Na era da pós-verdade, os fatos objetivos têm menos influência em moldar a opinião pública do que apelos à emoção e a crenças pessoais. Dessa forma, a verdade está perdendo importância no debate político.
Isso ficou evidente durante as eleições presidenciais norte-americanas em 2016. O então candidato Donald Trump atacou a imprensa diversas vezes e proferiu notícias falsas em seus discursos, de forma que pudesse prejudicar sua adversária Hilary Clinton. Até mesmo o papa Francisco não saiu ileso dessa disseminação desenfreada de fake news: uma notícia se espalhou dizendo que ele apoiava Trump. Em contrapartida, o papa afirmou que “a desinformação é provavelmente o maior pecado que um meio de comunicação pode cometer, porque dirige a opinião pública a uma direção única e omite parte da verdade”.
As notícias falsas sempre existiram, mas foi na era digital que elas encontraram seu melhor meio de propagação. Apesar do estilo jornalístico, não há qualquer compromisso com a realidade e veracidade dos fatos divulgados, distorcendo e até mesmo criando falas para os personagens.
Para conter esse fenômeno, alguns veículos e até mesmo redes sociais estão desenvolvendo ferramentas para ajudar seus usuários e leitores a identificar e barrar essas notícias. O Facebook, por exemplo, divulgou uma série de dicas na sua central de ajuda, começando pela mais básica: checar a informação em vários veículos conhecidos. Além disso, pode-se destacar o cuidado com os títulos exagerados, investigar as fontes da matéria e analisar as fotos e a data em que a notícia foi publicada. Tudo isso faz parte da estratégia do Facebook para barrar a divulgação das notícias falsas em sua rede.
Apoiando-se na nova onda do jornalismo, na qual as redes sociais transformam seus usuários em propagadores de informação, é preciso ter cautela ao ler qualquer notícia e muito discernimento para analisar a veracidade dos fatos.