Grávida aos 16: a linha tênue entre o desespero e o amor
Foto: Flavia Fontes
Conheça a história de Juliana, que ficou grávida aos 16 anos e como o turbilhão de sentimentos se tornou uma verdadeira paixão e abriram seus olhos para uma nova perspectiva de vida
A cada cinco bebês que nascem no Brasil, um é filho de mulheres menores de 19 anos, segundo pesquisas do Datasus. Uma realidade cada vez mais comum por todos os cantos do país, ficar grávida na adolescência é desesperador, mas entre choros e angústias, nasce o amor e duas novas vidas.
A história de Juliana Mendes, 18, não é rara. Natural da cidade de Jundiaí, a jovem ficou grávida aos 16 anos e conta que sua reação foi agoniante. “Eu fiquei sabendo por diversos métodos. Fiz exame de farmácia e deu positivo. Na hora minha barriga gelou, mas eu tinha esperança de estar errado o resultado. No dia seguinte fiz o exame de sangue, e aí quando confirmou eu chorei muito, fiquei totalmente desesperada”.
Como qualquer outra adolescente que descobre estar grávida, a preocupação quanto ao futuro também atingiu a jovem. “Fiquei preocupada com o meu futuro, com o que achariam de mim. Até porque, ser mãe aos 16, na minha situação, é sinal de “irresponsabilidade” e eu me achava responsável até então”.
Vivendo em uma realidade diferente de outras jovens que ficam grávidas, a qual as dificuldades sociais e econômicas lideraram a situação, Juliana revelou que teve um forte apoio de sua mãe, mas que no começo da gravidez a rejeição de algumas pessoas ao seu redor se tornou uma dificuldade a ser enfrentada e como isso mexeu com sua cabeça. “Pensei em muitas coisas e uma delas foi aborto, mas foi por um instante, porque apesar de tudo, ao descobrir, já comecei a ter um carinho pela minha barriga, só não queria admitir”, lembra.
É muito comum nesse cenário de mães adolescentes os pais das crianças não ficarem juntos, ou o pai, inclusive, não assumir o filho. Na história de Juliana, isso não foi um problema. “Eu e meu namorado estamos juntos, estamos bem. No começo é um pouco complicado, mas depois passou. Somos uma família e o Bernardo – meu filho – é muito feliz com isso, e nós também. “
Existe um preconceito muito grande, por mais comum que essa situação tenha se tornado, quando uma adolescente se torna mãe e Juliana confirma isso ao dizer que as pessoas comentam coisas como ‘’coitada, nem aproveitou a vida”, ou então “uma criança cuidando de outra”. A jovem ainda afirma que um erro muito comum de uma pessoa mais velha é tentar ensinar a outra como ser mãe.
Apesar de algumas dificuldades enfrentadas e de momentos desesperadores, a adolescente afirma ter aprendido muito com a situação. “A maternidade nos mostra outra visão das coisas, ela nos dá outro sentido pra vida. Você aprende muito, tem novos objetivos, um foco que é o seu bebê e então tudo que você faz é pensando nele. Sou apaixonada pelo meu filho e não me arrependo de nada”, declara ela.
“A experiência de ser mãe não está relacionada à idade, você pode ter 2 filhos ou mais e sempre alguma coisa você não sabe e a maternidade te ensina conforme as suas necessidades. Não dá para ensinar alguém a ser mãe, se aprende apenas sendo mãe”, encerrou Juliana.
Quando existe a gravidez na adolescência, o mais importante é o acolhimento familiar, sabe aquele estamos todos juntos.Quando o jovem engravida o mundo cai. Temos que acolher e dar o Parabéns por aceitar essa condição de ser mãe jovem, sem procurar um aborto. Gravidez é vida e alegria e não uma doença.