Greve e cinema: um Besouro sem verde e amarelo
Em meio a maior paralisação de Hollywood, Bruna Marquezine e Xolo Maridueña enfrentam desafios com o filme “Besouro Azul”
Nos últimos meses, Hollywood está paralisada devido à maior greve na história da indústria cinematográfica. A greve afeta não apenas a produção de filmes e séries, mas também a divulgação de lançamentos, como é o caso do aguardado filme da DC, “Besouro Azul”, estrelado pela atriz brasileira Bruna Marquezine.
A greve envolve atores e roteiristas, representados por seus sindicatos SAG-AFTRA e WGA, respectivamente. Ela começou em maio com os roteiristas e em julho com os atores, após negociações fracassadas com a Aliança de Produtores de Cinema e Televisão (AMPTP), que representa as gigantes da indústria do entretenimento, como a Sony, a Disney e a Warner.
Os atores, liderados por Fran Drescher, presidente do SAG, estão exigindo atualizações nos contratos, incluindo ganhos residuais justos por streaming, aumento salarial, regulamentação do uso de Inteligência Artificial, limitação dos testes de elenco pré-gravados, melhorias nos benefícios e planos de saúde, bem como atualizações nos períodos de contrato.
No centro das discussões estão os ganhos residuais, com os atores buscando uma parcela dos lucros gerados por suas obras nas plataformas de streaming com base na popularidade e no valor da produção para as empresas. A questão da Inteligência Artificial também é crítica, pois os atores querem regulamentações para proteger sua imagem contra uso não autorizado, e a AMPTP recusa-se a aceitar esse ponto.
Os roteiristas, responsáveis pelo início da greve, têm demandas semelhantes, incluindo atualizações de remuneração e regulamentação do uso de IA em ferramentas que substituem seus trabalhos. Eles também buscam o fim das “mini-salas de roteiristas” e uma revisão dos ganhos, já que o salário médio dos roteiristas caiu ao longo da última década.
A greve está impactando profundamente a indústria cinematográfica, e um dos filmes afetados é “Besouro Azul”, com Bruna Marquezine e Xolo Maridueña nos papéis principais. O lançamento do filme está ameaçado, pois os atores não podem mais promovê-lo devido às regras da greve.
Durante as reivindicações, os atores não podem atuar, promover seus trabalhos, participar de entrevistas coletivas, pré-estreias, tapetes vermelhos ou divulgar seus projetos em redes sociais. Eles podem participar de convenções, mas não em painéis que promovam títulos recém-lançados.
Bruna Marquezine pediu apoio dos fãs para compensar a falta de divulgação do filme devido à greve. Ela se posicionou ao lado dos colegas de profissão e não promoveu o filme, optando pela solidariedade com os atores que buscam melhorias na indústria. O filme, que é crucial para sua carreira internacional, enfrenta desafios na busca por visibilidade devido à paralisação.
A paralisação também prejudicou a produção de várias séries, incluindo “Cobra Kai” e “Stranger Things”, bem como o lançamento de “Besouro Azul”.
A greve coloca em foco questões sobre remuneração, direitos autorais e o impacto da tecnologia na indústria do entretenimento. Enquanto os atores e roteiristas lutam por seus direitos, Hollywood enfrenta um período de incerteza que pode moldar o futuro da indústria.