Mais conscientização, menos bituca
A despoluição das ruas não exige tanto esforço assim
Porta-bitucas, por Lucas Brito
Em virtude da iniciativa do estudante de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia da Unesp de Botucatu, Lucas Balieiro de Carvalho Brito, 20, o projeto Não Existe Bituca em SP visa a preservação do meio ambiente e a despoluição dos espaços urbanos, dando visibilidade às centenas de bitucas de cigarro que diariamente poluem o asfalto. Lucas investe na proposta distribuindo “porta-bitucas” pelas ruas, cada uma por 2 reais, com a intenção de reeducar os fumantes e conscientizá-los de que as bitucas de cigarro também figuram o lixo, sendo que cada brasileiro, em média, produz 1,6 quilos de lixo por dia, segundo pesquisa da Agência Brasil, compreendendo 34 milhões de bitucas descartadas no chão, uma quantidade que daria para encher o estádio do Pacaembu.
Mutirão de limpeza, por Lucas Brito
A iniciativa também conta com mutirões de limpeza coletivos, instalação de cinzeiros e lixos em locais públicos, divulgação do projeto em redes sociais, além da interação com o público nas ruas. Os mutirões, segundo Lucas, não ocorrem com tanta frequência, pois a dificuldade de mobilizar pessoas interessadas em recolher bitucas do chão é grande. “Uma vez, no MASP, recolhemos 60 mil bitucas, sendo que cada garrafa PET equivale a 2 mil bitucas” conta o estudante, que exerce todo o trabalho sozinho, estimulando transeuntes das vias públicas. “Eu convoco uma galera amiga para me auxiliar nos mutirões, mas não cola tanta gente assim, no máximo umas 10 pessoas” relata, ainda sobre a dificuldade de juntar voluntários.
Lucas Brito segurando porta-bitucas, por Julia Guerrero
Ademais do enfoque na conscientização de que a bituca de cigarro também é um fator poluente quando jogada no asfalto, o projeto divulga os malefícios de lixo nas ruas, como, por exemplo, a contaminação do solo e da água, enchentes e incêndios. Os recursos para combater a poluição por conta das bitucas também são divulgados, sendo eles: o descarte correto destas nas lixeiras, o uso de porta-bitucas ou ferramentas úteis para o descarte, como as latinhas de refrigerante, e a reciclagem, pois é possível produzir papel com os resíduos. “O porta bituca é uma solução prática, é um lixo portátil, você pode jogar a bituca acessa que ela não derrete, e é bem barato, acessível para qualquer um”, propõe.
Para colaborar com o projeto, basta acessar a página Não Existe Bituca em SP e acompanhar as divulgações de atividades voluntárias.