O amor é movimento
Por Iago Nova
Amar é um verbo, não cabe em padrões, matrizes ou construções sociais.
Muitas pessoas dizem não encontrar gente de caráter para começar uma vida a dois. Será que realmente não existem mais pessoas que tem o desejo de amar ou será que nós é que esquecemos de amar sem idealizações?
Ainda não notamos a complexidade do projeto de felicidade dentro de um relacionamento. Ninguém nos disse que uma vez dentro dele teríamos que nos abandonar por completo. Aliás, até nos disseram, mas achamos que era apenas uma maneira de falar.
Fizeram do amor um divã para gente mal resolvida consigo mesmo. Há uma corrente que insiste em grifar que o amor resolve tudo, ainda, que, com uma pitada de bom senso, moralidade e comportamentos bem treinados, fica bastante fácil equacionarmos as diferenças entre um e o outro. É preciso mais que isso.
Isso explica por que os livros sobre relacionamentos têm sido bastante vendidos. Eles apresentam fórmulas de sucesso, prometendo, às vezes, algo inalcançável. As fórmulas prontas do amor são esquematizadas no comportamento bem adestrado e organizado em capítulos para nos fazer vender a ideia de que é só aprender o modo certo de amar e aplicar.
No entanto, relacionamentos também não se tratam de etiquetas. Aliás, nenhum relacionamento parece verdadeiro quando cabe nos roteiros de cinema.
O amor é um ingrediente básico para o relacionamento. A maneira de se pensar no comprometimento hoje é totalmente voltada às particularidades. A busca pela felicidade pessoal e o tão sonhado amor eterno nos pressionam entre um muro de expectativas e as mazelas da realidade.
O que eu sei é que o amor precisa ser um movimento, porque as filosofias de vida não podem ser sustentadas por ninguém em si mesmo. Amar é movimentar-se, é ser militante do apreço, do cuidado, da entrega.
Tudo faz mais sentido ao “escolher ser sempre feliz”.