#PontoCego – Cidade de Deus
Para a seleção do elenco de Cidade de Deus, foram realizados mais de 2000 testes e entrevistas, todos com garotos que vivem em diversas comunidades e favelas do Rio de Janeiro e que, até então, não tinham nenhum contato com a arte de atuar.
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O nome Cidade de Deus foi dado ao filme graças a uma favela que surgiu nos anos 60, no Rio de Janeiro. No entanto, por questões de segurança, o filme não foi gravado na verdadeira localização da comunidade. Ele foi filmado em nova Sepetiba e na Cidade Alta.
Como grande parte dos atores do longa não tinham aparelhos telefônicos em casa, a produção do filme enviou telegramas a todos avisando dia, hora e local onde as gravações ocorreriam. O mais engraçado, é que nas oito semanas de trabalho, não houve um problema sequer quanto à comunicação e todos os atores apareceram na hora e local certos para as filmagens.
A cena em que a quadrilha faz uma oração não estava no roteiro. Durante as gravações, um dos atores que pertencia a uma real gangue perguntou ao diretor (Fernando Meirelles) se o grupo não iria orar, como sempre faziam antes de qualquer confronto com os inimigos. Meirelles aceitou, combinou a oração e enfim filmou a cena.
Na cena em que o jovem Zé Pequeno (Douglas Silva) faz suas primeiras vítimas no Motel há uma metáfora de direção que trabalha a passagem da luz (bem) para as sombras (mal).
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A cena em que Buscapé (AlexandreRodrigues) conversa com Marina (Graziela Moretto), podemos perceber no fundo a frase “ele nunca tomou um banho quente”. Além dela não estar no roteiro, trata-se de um comentário feito por Rodrigues e Moretto fora das filmagens, quando o garoto (que morava na favela) contava pra ela sobre sua vida.
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Quando Mané Galinha (Seu Jorge) mata pela primeira vez um dos traficantes, moradores da Cidade de Deus vão agradecê-lo pelo assassinato. A primeira pessoa a aborda-lo é a mãe do real Mané Galinha.
A última cena do filme, na qual o menino perde seu chinelo e volta para buscá-lo, não estava no roteiro. O incidente realmente aconteceu durante as filmagens e o diretor Fernando Meirelles manteve a tomada porque ajudou a destacar a presença do garoto.
A arte feita por Lee Bermejo, na HQ de 2008, faz uma referência explícita ao filme Cidade de Deus na cena em que o Coringa segura sua arma do mesmo jeito que o personagem Dadinho. O palhaço Joker é uma espécie de guerreiro, que se recusa a aceitar as limitações e dores criadas pelo meio, injusto e opressor, assim como o personagem do longa.
Nos Estados Unidos (o país que tem o porte de arma legalizado), a capa do DVD de Cidade de Deus teve as armas removidas, por isso todos apenas insinuam a posse de uma.
O diretor Fernando Meirelles,apostou em um montador praticamente inexperiente. O jovem Daniel Rezende (Diretor de Bingo – O Rei das Manhãs) ainda não tinha muita experiência no cinema, mas ganhou um voto de confiança. O resultado todo mundo já sabe: uma indicação ao Oscar e vencedor do BAFTA de melhor edição.
Ficha Técnica
Gênero: Drama, Ação
Lançamento: 30 de Agosto de 2002
Produção: O2 Filmes
Direção: Fernando Meirelles
Montador: Daniel Rezende
Direção de fotografia: Cézar Charlone
Roteiro: Bráulio Mantovani
Distribuição: Miramax e Luimière Brasil
Orçamento: R$ 8.200.000
Receita: US$ 30.641.770
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