Precisamos falar sobre saúde mental
A ansiedade é um dos problemas que mais afetam o bem estar do brasileiro
O Transtorno de Ansiedade é caracterizado pela preocupação excessiva ou o medo em situações cotidianas, fortes o bastante para dificultar ou impossibilitar o dia a dia. Esses sintomas podem se intensificar em determinadas situações como problemas familiares, no trabalho ou mesmo com a tensão no período de vestibulares.
“Na época do vestibular foi bem difícil, porque eu me sentia como um copo prestes a transbordar e o ambiente de cursinho não ajudou nada. Me preparei muito mentalmente para conseguir fazer as provas”, conta a estudante Gabriela Beghini, de 21 anos.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), no último ano, o Brasil foi considerado o país mais ansioso do mundo, com 18,6 milhões de pessoas convivendo com o transtorno, sendo também o quarto no ranking de países com maior número de casos envolvendo depressão. Mesmo com níveis alarmantes a saúde mental ainda é considerada um tabu por muitos brasileiros, por isso, muitas campanhas como a “Janeiro Branco”, trabalham para conscientizar a população sobre a importância dos cuidados nesse sentido.
A ansiedade é sentida de formas diferentes por cada indivíduo, com sintomas, necessidades e tratamentos específicos para cada situação. Essas diferenças incluem casos com ou sem medicamentos, o psicólogo Kevin Drumond Viana explica: “Cada pessoa tem seu modo próprio de lidar com a questão, o que significa que não existe uma receita básica para todo mundo. (…) Há, também, aquelas pessoas que utilizam medicamentos, mas saliento a necessidade da devida prescrição para tal”.
“Compreendo que qualquer diagnóstico deva ser feito profissionalmente. Sendo realizado sob um processo cauteloso e rigoroso, no qual o profissional analisa a história de vida do paciente, incluindo seu histórico clínico, buscando identificar se o conjunto de sintomas apresentados se caracterizam por ansiedade (considerada) anormal”, acrescenta o psicólogo.
Assim como o diagnóstico, o acompanhamento com um profissional é um ponto importante para o tratamento. “Eu já ia em uma psicóloga e conversando com ela sobre a dificuldade em sair de casa, ela sugeriu que eu procurasse ajuda médica para poder ter uma boa qualidade de vida. O psiquiatra e o psicólogo trabalharam juntos para tratar os sintomas e para eu aprender a viver bem apesar do pânico”, descreve Gabriela sobre sua experiência e acrescenta: “Acho que faz parte da vida passar pelos caminhos difíceis, eu evolui muito por causa disso e me conheço muito melhor hoje”.
Viana ressalta que, além do acompanhamento junto à um psicólogo, práticas como diminuir o ritmo, a quantidade de afazeres, evitar pensamentos negativos e, principalmente, praticar atividades físicas de forma regular, podem auxiliar no controle da ansiedade. “O diagnóstico de distúrbio ou transtorno de ansiedade por um psiquiatra pode ser muito importante para o psicólogo, mas a vida de seu paciente nunca deverá ser resumida em sua suposta patologia”, conclui.