(Re)Começos

A vida é feita de primeiros. Primeira risada, primeiro tombo, primeiro amor. Quando paramos para pensar, não são todos os primeiros que conseguimos lembrar. Talvez o primeiro beijo, mas não o primeiro abraço. Talvez a primeira conquista, mas não o primeiro sorriso. No entanto, com o passar do tempo, alguns desses “primeiros” nos moldam nas pessoas que somos hoje. E a cada novo primeiro, um novo você.
Mas nem só isso, nossa vida também é feita de começos. Nem todo começo vem com um primeiro, mas sempre vem com aquele friozinho na barriga e o anseio pela novidade. Nos faz ficar nervosos e com medo de não conseguir, mas nos motiva e nos faz seguir em frente.
Lembro com detalhes dos meus primeiros que vieram com começos: o primeiro dia de aula na universidade, o primeiro processo seletivo, o primeiro estágio. Mas também me lembro dos primeiros que não vieram com começos: o vestibular, o “não selecionado”, a demissão.
Às vezes, ao fim de cada começo e a diminuição dos primeiros, a conformidade do cotidiano nos para em uma encruzilhada, um limbo entre as experiências e o desconhecido. Um desconhecido que nada mais é do que um começo. Um começo que nada mais é do que novos primeiros.
Quando acordei naquela manhã, retornando à rotina paulista (não tão) pós-pandemia, o leque de “novos” brilhava. O trem continuava o mesmo, as pessoas continuavam as mesmas. Mas eu sabia que aquele novo emprego seria mais um recomeço.

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