Resenha: Good Omens
O novo acerto da parceria recorrente entre a ficção de Neil Gaiman e as telinhas
A mais nova série da Amazon Prime já estreou saindo da caixinha. Lançada antes da data prevista e diferente da forma original de um episódio por semana, Good Omens teve sua temporada inteira liberada dia 31 de maio deste ano.
A história, narrada por Deus, cobre a amizade de um demônio, Crowley, e um anjo, Aziraphale, que buscam impedir o apocalipse, com o objetivo de manter os privilégios adquiridos na Terra, como a música, comida, literatura e, acima de tudo, a companhia um do outro. Os eventos se passam em um período de alguns dias e a linha do tempo vai e volta, de forma a contar para quem está assistindo a trajetória dos dois amigos pela história do mundo, partindo do Jardim do Éden até os dias atuais.
Porém, não se engane, pois a obra não se limita ao clássico maniqueísta de “bom” e “ruim” e as figuras consideradas “sagradas” são postas em xeque. Por esse motivo, muitos cristãos se revoltaram e até fizeram um abaixo-assinado pedindo que a Netflix cancelasse a série (mesmo sendo da Amazon, o que gerou uma troca de tweets engraçada entre as duas plataformas).
Após esse tweet foi a hora da Amazon se pronunciar sobre o ocorrido.
Baseada em um livro do ilustre nome da ficção Neil Gaiman, a série já contava com grande peso por ter o autor como roteirista e produtor executivo. Gaiman é muito conhecido por suas obras e pelas adaptações para a televisão. American Gods, também da Amazon Prime, é outro sucesso da plataforma que teve sua segunda temporada lançada no começo deste ano.
Grandes nomes como David Tennant, conhecido por seu papel como o décimo Doutor na série britânica Doctor Who, e Michael Sheen, outro grande ator da cena britânica, protagonizam a série. Além de Benedict Cumberbatch, o Doutor Estranho da Marvel, Jon Hamm de Black Mirror e a ganhadora de dois Oscar Frances McDormand, como a voz de Deus também compõem o elenco.
Desde os personagens complexos e bem aproveitados até a trilha sonora sem igual, que conta com clássicos do Queen e criações originais de David Arnold – compositor dos filmes do James Bond e da série Sherlock, a qual lhe rendeu um Grammy -, Good Omens não decepciona em nenhum momento
Trazendo uma releitura dos eventos da mitologia cristã, a série também busca um pouco da tendência dos filmes de ficção científica dos anos 80, nos quais grupos de crianças eram responsáveis por salvar o mundo em diversas aventuras. Algo que ressurgiu recentemente com Stranger Things e IT: A coisa.
A série promete e entrega no que se propõe a fazer, mas deixa um gostinho de quero mais dos personagens e de seu universo. Um gostinho que, infelizmente, continuará pois a Amazon já foi confirmou que a série não terá mais temporadas, deixando o espectador querendo mais de Crowley e Aziraphale.