Rock In Rio: a musicalidade do marketing
A década era a de 80, e o Brasil havia acabado de sair de uma ditadura militar. A democracia, que era a luz no fim do túnel, finalmente tornou-se realidade para a sociedade. E com ela, uma série de novas experiências chegaram.
O Rock In Rio foi o primeiro grande evento musical a acontecer em toda a América do Sul, criado pelo publicitário e empresário Roberto Medina, a pedido da Brahma, que procurava um rebranding da marca. O principal objetivo com a fundação do evento foi com que ele se tornasse uma grande plataforma de comunicação e promoção, entre as marcas e o público. Obtendo o sucesso, a assessoria de marketing caminhou lado a lado com a economia do país, fazendo com que o objetivo do evento fosse alcançado com primor.
A primeira edição do Rock In Rio aconteceu no ano de 1985, na Cidade do Rock (Rio de Janeiro), recebendo como atração principal a banda Queen. O espetáculo realizado pelo grupo é, até hoje, considerado um pilar do festival, tendo em vista que alcançou um público de mais de um milhão e trezentas mil pessoas. O palco foi o maior do mundo naquela época. E a plateia foi iluminada pela primeira vez na história, com o objetivo de trazê-la para mais perto dos artistas, tornando-se, de fato, parte do show.
A segunda edição do festival, que trouxe a banda Guns N’ Roses para o Rio de Janeiro, aconteceu em 1991 e foi transferida para o Estádio do Maracanã. Com um público reduzido pela metade, tendo em vista a capacidade de pessoas do local, a realização do evento no estádio de futebol foi única. A Cidade do Rock foi construída novamente, sediando todas as próximas edições do Rock In Rio no Brasil.
A terceira edição, que ocorreu somente dez anos depois, foi um divisor de águas para a produção do evento: pela primeira vez, o festival lucrou. E é claro que a partir daí, a linha crescente tomou conta do Rock In Rio, que mais tarde foi expandido para Portugal, Espanha e Estados Unidos. A participação de grandes marcas com oportunidades de vivências únicas para o público faziam cada vez mais sentido. As empresas que investiam no evento buscavam como objetivo principal ações de “branding experiences” e “live marketing”, visando o sucesso do planejamento estratégico de suas marcas.
Hoje, o histórico do Rock In Rio acumula mais de onze milhões de pessoas em suas plateias, quase quatro mil artistas presentes e um movimento excelente na economia do país. Somente no ano de 2022, vinte e oito mil empregos foram gerados pelo festival. Nomes como Stevie Wonder, Beyoncé e Britney Spears, fazem parte do vasto repertório de cantores que já estiveram presentes no evento ao longo das últimas décadas. Os 40 anos do Rock In Rio serão celebrados na edição de 2024, que promete ser histórica, fornecendo ao público vivências excepcionais.