Tatuagem: arte na pele, expressão eternizada
Arte: Gabriel Magalhães Gomes
A trajetória da tatuagem até sua forma de expressão atual
Acredita-se que a origem da palavra “tattoo” deriva-se de “tatau”, utilizada pelo povo Maori quando o navegador James Cook, em 1769, desembarcou em suas terras. Palavra essa, vinda do som do instrumento utilizado para gravar os desenhos na pele, o qual consistia em uma concha afiada presa a uma vareta de madeira.
As formas de tatuagens mais antigas pertencem às múmias com idade de 3000 a.C. Ötzi, homem mumificado encontrado nos Alpes Suíços na década de 90, possui tatuagens simples, e a descoberta mais recente divulgada por um estudo no “Journal of Archaelogical Science”, foi de desenhos mais elaborados, como um touro selvagem e uma ovelha Barbary, em múmias egípcias encontradas há mais de 100 anos.
Como afirmou Charles Darwin, nação alguma desconhecia a arte de tatuar, pois de fato a maioria dos povos do planeta praticavam ou haviam praticado algum tipo de tatuagem. Desde cultos à fertilidade no antigo Egito a identificação de grupos sociais e marcação de prisioneiros, a tatuagem teve seu significado transformado de diversas formas e chegou a ser proibida no Ocidente e no Oriente.
Daniela Camargo Bianco, 36 anos, trabalha no estúdio Inkdomus localizado em São Paulo e tatua há cerca de 4 anos. Ela possui 11 tatuagens e afirma que “esse número ainda vai aumentar”. Para a tatuadora, “antigamente, a tatuagem era algo mais para se inserir em um grupo, tribo, algo visto realmente como muito ‘underground’” e “de uns anos pra cá, a tatuagem também começou a ser vista como uma forma de expressão artística e quando falamos de expressão artística, os campos se abrem. Além disso, as pessoas pararam de ver a tatuagem como expressão de rebeldia ou algo apenas para jovens”.
A diferença de olhares entre Maria Irene Soares, senhora de 77 anos, costureira e vinda do interior da Paraíba para São Paulo há mais de 5 décadas, que afirma que rabiscos na pele parecem sujeira, para a estudante de jornalismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Giovanna Arantes de 18 anos, que considera incrível o fato de sua própria mãe, hoje com 42 anos, ter sido a primeira a incentivá-la a fazer sua primeira tatuagem aos 14 anos, mostra as transformações dos significados das tatuagens com o passar do tempo.