Vivendo um ciclo infinito
Um ano depois e tudo parece estar igual. Continuo acordando, indo direto para o computador participar de alguma reunião virtual, depois me exercito com um colchonete e alguns pesos. É a forma que eu encontrei para espairecer a cabeça de tantos problemas. Durante a tarde inteira, assisto aula novamente no computador, e logo após trabalho mais. Isso não é uma reclamação. Talvez seja até um agradecimento, por conseguir ficar em casa enquanto tantos brasileiros não têm a mesma opção.
Em qualquer jornal, de qualquer emissora, a notícia é a mesma. E ultimamente, estão cada vez piores. Muitas mortes pela COVID-19, aumento de casos e UTIs em colapso. Há um ano, lia muitos recados motivacionais nas redes sociais, dizendo para que as pessoas tirassem alguma coisa boa desse momento. Agora, é impossível pedir que isso aconteça. Porque 280 mil não são apenas números, são vidas e histórias que foram perdidas. São 280 mil famílias de luto.
Alguns médicos dizem, que além de tudo, o coronavírus é uma doença que isola. Os pacientes internados ficam um, dois ou cinco meses sozinhos. É difícil ter esperança vivendo em um país onde não há perspectiva de futuro. É difícil suportar tantas informações, por isso, é importante ter um refúgio do caos, o meu está naquela hora que paro para me exercitar. Aproveitar e agradecer pelo hoje foi algo que, sem dúvidas, a pandemia despertou em mim.
No contexto que estamos vivendo, é preciso agradecer por ter o que comer, por ter saúde e por ter uma casa para se proteger. É o mais importante. Se você pode, fique em casa, se proteja e cuide das pessoas que você ama.