Baseado em mulheres reais

O primeiro semestre de 2020 também tem coisas boas a oferecer. No último mês,  algumas produções originais Netflix deram um show sobre representatividade e lugar de fala. A diversidade em frente às câmeras é uma grande vitória, que ganha um sabor a mais quando chega aos bastidores, onde nem sempre a representatividade é valorizada. Vem conhecer os trabalhos, culturas e vozes dessas grande mulheres:

 

Eu Nunca (Never Have I Ever)

Na trama, Devi (Maitreyi Ramakrishnan) é uma jovem de família indiana com os problemas típicos de uma adolescente. Mas a série vai além e traz diversas características de sua cultura e usa um humor satírico com os estereótipos indianos. O roteiro traz também uma dose de emoção para falar dos traumas vividos por Devi, que após a morte de seu pai perde o movimento das pernas por um período de tempo. Com espaço para falar sobre solidão, homosexualiade e fazer muitas referencias pop, “Eu Nunca” é uma série leve e importante nos dias atuais.

10 episódios, em média 28 minutos.

  • Por trás das câmeras

A representatividade vem de forma natural para a trama, pois foi inspirada na vida de Mindy Kaling e produzida por ela mesma, ao lado de Lang Fisher. A atriz, comediante, roteirista e produtora já é conhecida por interpretar Kelly Kapoor em “The Office”, série em que também é co-produtora executiva e roteirista de alguns episódios. Além de ter criado e protagonizado “The Mindy Project”, série da Fox, e estar no elenco de “Uma Dobra no Tempo” e “Oito Mulheres e um Segredo”. Resumindo, ela já conquistou a indústria.

Você nem imagina (The Half of It)

O filme dessa lista apresenta o clichê de uma forma diferente, o romance adolescente fica de lado para dar espaço à uma história sobre amizade. Ellie Chu (Leah Lewis) se torna amiga de Paul (Daniel Diemer) ao ajudá-lo a conquistar uma garota pela qual os dois estão se apaixonando. A jornada de Ellie fala sobre solidão, autoconhecimento e sobre como surge uma amizade. O longa desenvolve passo a passo a mensagem de que a jornada importa mais do que a chegada.

1 hora e 45 minutos.

  • Por trás das câmeras

A trama foi baseada nas experiências da diretora e roteirista Alice Wu, que usa o roteiro delicado para contar uma história de dar aquele quentinho no coração. A diretora contou em entrevistas que, logo após ter se assumido como lésbica, se tornou amiga de um homem heterosexual e os dois encararam juntos a busca pelo amor. Alice tem mestrado em ciências da computação pela Universidade de Stanford e foi engenheira da Microsoft antes de se tornar diretora, a mulher dominou o mundo das artes e o da ciência.

 

Feel Good

A comédia dramática conta a história de Mae, a comediante e viciada que esta em recuperação se apaixona por George (Charlotte Ritchie). Embora George se identifique como heterosexual, ambas acabam embarcando nesse relacionamento de forma intensa, o que traz consequências para a vida das duas personagens. A série aborda seus assuntos de forma verdadeira ao fazer relações entre o amor e vício. As decisões questionáveis, as reflexões sobre buscar um meio termo para o amor e os personagens singulares causam um sentimento agridoce, e estranhamente leve, que envolve o público.

6 episódios, 25 minutos cada. 

  • Por trás das câmeras

Mae Martin escreveu, produziu e deu vida a uma versão de si mesma na série. A comediante e atriz produziu “Feel Good” ao lado de Joe Hampson, e compartilhou a tela com a eterna Phoebe Buffay. Lisa Kudrow interpreta Linda, mãe da protagonista que traz aquela dose de humor que a atriz domina, mas é com Charlotte Ritchie que Mae entrega cenas que mostram a vulnerabilidade da personagem. Se eram mulheres poderosas que o elenco buscava, a missão foi bem sucedida.