Bruxas em produções cinematográficas

Empoderamento feminino, moda e ousadia se encontram em produções repletas de mulheres mágicas

Nas últimas décadas, as bruxas no cinema foram retratadas principalmente em longas sobre o Halloween e produções para o público infantil como no filme “Abracadabra”, de 1993, e “Convenção das Bruxas”, de 2020. Apesar da aparente comercialização de lendas e, principalmente, histórias regadas de violência e cultura, alguns filmes utilizaram da personagem feminina e da bruxaria para trazer às telas produções clássicas e até mesmo consideradas parte do cinema artístico.

JOVENS BRUXAS (1996)

Do diretor Andrew Fleming e do produtor Douglas Wick, o filme de nome original “The Craft” retrata a história de Sarah (Robin Tunney) que acaba de se transferir para um novo colégio em Los Angeles. A garota descobre poderes mágicos que chamam atenção de um grupo de meninas fascinado por bruxaria. Bonnie (Neve Campbell), Rochelle (Rachel True) e Nancy (Fairuza Balk) influenciam Sarah a usar seus poderes para diversas situações-problemas dentro do filme, o que gera o clímax da história quando uma das meninas começa a praticar magia sem pensar nas consequências.

“Relax, it’s only magic”

O filme é um clássico dos anos 1990, cheio de referências da cultura pop e regado a uma trilha sonora punk e de rock clássico. Além de retratar garotas super ousadas e rebeldes, a produção também traz um figurino icônico com roupas e acessórios marcantes. A moda de “Jovens Bruxas” leva sobreposição de jóias, maquiagens marcantes com delineados bem escuros e pesados, botas e coturnos, jaquetas longas, roupas monocromáticas – principalmente pretas – e peças esvoaçantes como saias e vestidos longos cheio de movimento.

 

“You girls watch out for those weirdos.”
– Nancy: “We are the weirdos, mister.”

 

DA MAGIA À SEDUÇÃO (1998)

Nomeado originalmente como “Practical Magic”, o filme é do diretor Griffin Dunne e da produtora Denise Di Novi. A produção conta a história de Sally Owens (Sandra Bullock) e Gillian Owens (Nicole Kidman), irmãs que nasceram dentro de uma família de bruxas, mas que evitavam a prática a todo custo. Gillian, a mais rebelde, inesperadamente sofre com a morte de seu namorado, um viciado, e acaba praticando magia para fazê-lo voltar à vida. O enredo ganha atenção quando o ressuscitamento dá errado e começa a chamar atenção do policial local.

“My darling girl, when are you going to realize that being normal is not necessarily a virtue? It rather denotes a lack of courage!”

A produção é considerada um clássico cult, ensina valores sobre irmandade e empoderamento feminino e a importância de sempre honrar nossos valores, além de contar com Nicole Kidman entregando as melhores peças e figurinos. A personagem Gillian Owens usa o aclamado vestido de veludo verde, os óculos vintages de lentes vermelha e roxa, as clássicas gargantilhas e colares, além do memorável cigarro, sempre na ponta dos dedos. Seu figurino todo sempre contava com alguma peça verde, seja uma saia, uma blusa ou até mesmo uma saída, como na cena da piscina.

 

“There are some things I know for certain: Always throw spilled salt over your left shoulder, keep rosemary by your garden gate, plant lavender for luck and fall in love whenever you can.”

 

THE LOVE WITCH (2016)

De Anna Biller, diretora, produtora e escritora do filme, a produção conta a história de uma jovem e bela bruxa, Elaine (Samantha Robinson), fascinada pelo conceito de “amor”. O longa conta com doses de comédia e melodrama, além das clássicas referências à cultura dos anos 1960 e 1970 com o visual retrô. Elaine, com sua beleza incomparável e suas poções, escolhe homens, os testando até achar o seu verdadeiro amor.

“According to the experts, men are very fragile. They can get crushed down if you assert yourself in any way.”

A personagem Elaine recebeu diversas comparações com a cantora e artista Lana Del Rey, tanto por aparência quanto por comportamento. O filme faz críticas à masculinidade exacerbada, a estereótipos de que mulheres sensuais são taxadas como fracas e conta a história do patriarcado pela visão de uma mulher. Anna Biller levou sete anos para produzir o filme e deixou claro como gostaria de desafiar o telespectador a repensar as questões de gênero impostas por nossa sociedade. O filme conta com uma estética em tons de vermelho e rosa, usa do estilo vitoriano em seus cenários e utiliza de maquiagens e roupas marcantes – na maioria monocromáticas – para brincar com previsibilidade da personagem.

“Tampons aren’t gross. Women bleed and that’s a beautiful thing. Do you know that most men have never even seen a used tampon?”

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