Foto: Heusi Action/Gabriel Heusi

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Cara a cara: Daniel Dias

Foto: Gabriel Heusi/Heusi Action

O nadador Daniel Dias, 32 anos, é um dos mais importantes nomes do esporte brasileiro e mundial. Ele é natural de Campinas, mas passou a infância e adolescência em Camanducaia, município de Minas Gerais. Daniel nasceu com uma má formação nos membros superiores e na perna direita e iniciou sua trajetória no paradesporto ainda na juventude. Ao longo de 15 anos, construiu uma carreira repleta de recordes mundiais e medalhas paralímpicas. Disputou três Paralímpiadas (Pequim 2008, Londres 2012 e Brasil 2016) e conquistou 24 medalhas, sendo 14 de ouro. Além de ser o maior medalhista homem da natação na história da Paralímpiadas, também é recordista nos Jogos Parapan-americanos. Confira logo abaixo a entrevista na íntegra que Daniel Dias concedeu ao Portal WHIZ!

WHIZ: Como e quando você decidiu se tornar um nadador profissional?
Daniel: Eu conheci o paradesporto quando eu tinha 16 anos ao assistir pela televisão o nadador Clodoaldo Silva ganhando medalhas pro Brasil nas Paralimpíadas de Atenas em 2004. Logo na sequência, comecei as aulas de natação. Decidi seguir a carreira de atleta depois de ganhar minha primeira medalha, um bronze, no Campeonato Brasileiro de 2005. A sensação foi única.

WHIZ: Quem são os seus maiores ídolos e referências no esporte?
Daniel: Eu admiro muito o Clodoaldo Silva e o Kaká.

WHIZ: Como vai a preparação para os próximos Jogos Paralímpicos?
Daniel: Minha preparação para Tóquio segue a todo vapor. Já recuperei o período de pandemia e agora retomamos à programação normal de treinamento.

WHIZ: Ainda há muito preconceito em torno da Paralimpíadas?
Daniel: Creio que ainda há uma resistência em se valorizar e exibir as Paralimpíadas. Ainda não tem o mesmo peso, prestígio e visibilidade que as Olimpíadas, embora já tenha melhorado muito de uns anos para cá.

WHIZ: Entre as inúmeras medalhas que você já conquistou, qual foi
a mais inesquecível?
Daniel: Com certeza a primeira de todas. O bronze no Campeonato Brasileiro, em 2005, quando eu decidi me tornar um atleta profissional.

WHIZ: Você se considera o maior nome da história do esporte paralímpico no
país?
Daniel: Não, fico feliz quando me dão este título, mas há grandes atletas que fizeram muita história e também merecem reconhecimento como o Antônio Tenório, Adria Santos e Clodoaldo Silva, por exemplo.

WHIZ: No ano passado, foi anunciada a produção de uma cinebiografia sobre a sua trajetória. Como estão os preparativos para esse filme?
Daniel: Os preparativos estão indo bem, as filmagens devem acontecer no ano que vem já. Estou muito ansioso com esta produção! (risos)

WHIZ: Como foi a sensação de receber o tão importante prêmio Laureus?
Daniel: É uma grande emoção receber um prêmio deste, ainda mais três vezes. Uma honra ser reconhecido como o melhor atleta do ano e do mundo. É inexplicável a alegria de chegar à este patamar.

WHIZ: O que o Daniel de 2020 falaria para o Daniel no início da carreira?
Daniel: Acredito que eu falaria para seguir acreditando no sonho e de que no final sempre vale a pena todo o esforço. Acordar cedo, fazer dieta, sentir dores, ficar longe da família, que são desafios difíceis, mas que fazem parte da vida de um atleta de alto rendimento. Que o Daniel lembre-se de sorrir sempre e também de se divertir, pois a vida passa muito rápido e os momentos também.

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