Cara a Cara: Gloria Groove

A cantora foi uma das atrações mais esperadas no palco principal do Hopi Pride 2019

O ano de 2019 marca a terceira edição do Hopi Pride, em São Paulo, e o festival trouxe grandes nomes do cenário LGBTQ+. A drag queen, Gloria Groove, que lançou na última terça-feira (26) seu novo clipe, “Sedanapo”, esteve presente no evento, e, com muitos planos para 2020, conta para a Equipe WHIZ um pouquinho do que está por vir. Confira:

WHIZ: Qual a sensação de levantar a sua bandeira para um palco imenso e em um evento com tantas pessoas?

GG: É gigante! É a prova de que drag queens têm um impacto cultural absoluto na música. 

WHIZ: Carnaval tá chegando!! Quais são seus planos para 2020? 

GG: Assim que terminar de lançar todos os clipes do meu EP visual “ALEGORIA” vou focar no meu bloco de carnaval, o Bloco das Gloriosas que vai passar pela primeira vez no Circuito Barra-Ondina em Salvador, onde já estive em trios das rainhas Pabllo Vittar e Daniela Mercury.

WHIZ: Para você o que representa um evento como esse?

GG: É revolucionário! Arrepia pensar que, há pouco tempo atrás, a cena carecia de representatividade LGBTQIA+ na música e na arte em geral, e que hoje temos uma cena tão vasta em plena construção, algo digno de um festival com lineup de primeira… é um sonho! 

WHIZ: Qual diferença você acha que um evento como o Hopi Pride teria feito na sua vida quando mais jovem? 

GG: Uau! (risos) Nem consigo imaginar como teria sido pro Daniel, aos 14 anos de idade, se ver representado por drag queens brasileiras em cima do palco. Tudo teria sido diferente, e pra melhor!

WHIZ: Quem foi sua inspiração para ser quem você é hoje? E como é para você ser um exemplo pras novas gerações?

GG: Definitivamente minha mãe, mulher, cantora e mãe solo. Me inspiro todos os dias no jeito de batalhar e não deixar a peteca cair, não perder o bom humor e a sagacidade… acho ela uma mulher genial. Gostaria que as próximas gerações me enxergassem como eu enxergo minha mãe. 

WHIZ: Sobre a categoria “drag” – Você vê este como um “rótulo” que te define, ou gostaria de, futuramente, ser reconhecida apenas como cantora?

GG: A expressão artística drag me libertou em muitos aspectos. Visualmente, liricamente, musicalmente, esteticamente… Mudou o jeito que eu enxergava minhas possibilidades, porque se tornaram infinitas. É um equívoco achar que os saltos e perucas são muletas… é o exato oposto. Não faço drag pra esconder o artista que sou, e sim para escancará-lo.