Inspiração com um toque de prevenção

Conheça a história de três mulheres que mostram como o diagnóstico fez parte de suas trajetórias

 

O mês de outubro é protagonista no combate ao câncer de mama. Nessa luta, algumas mulheres tomam frente dessas discussões nas redes sociais para conscientizar outras pessoas e abordar uma realidade considerada por muitos um tabu. 

Thais Wanderley Rodrigues Melo, de 26 anos, conheceu Mariana Monteiro, de 33, na sala de infusão de quimioterapia. “Temos o jeito muito parecido, somos meio maluquinhas, e a empatia foi de imediato. Nós vimos que a maioria dos pacientes que estão em tratamento, geralmente têm a fisionomia triste e não queríamos fazer parte dessa realidade. Por isso, resolvemos criar o instagram @2_amigas_do_peito e dizer que durante a quimioterapia e todo tratamento é possível sorrir e tornar o ambiente mais leve”, conta Thais. 

Já Carmen Lúcia Lopez Taranto, de 41 anos, idealizadora do projeto “A vida sob um novo olhar”, conta que criou sua conta no instagram, @ca_de_carmen, para carregar a leveza de seu nome, sem carregar o peso da doença. “Eu falo como é importante quebrar tabus para que assim tenhamos mais acesso às informações, sem preconceitos”, explica Carmen.  

 

De acordo com o Instituto Oncoguia, o câncer de mama é o 2º câncer mais comum nas mulheres e só perde para os cânceres de pele. O número de casos cresce entre 5 a 10% ao ano. Mas, quando diagnosticado precocemente, a chance de cura é de 95%. Já quando descoberto mais tarde, essa taxa cai para 50%. 

“Queremos conscientizar as pessoas sobre o toque, tenha ela qualquer idade, porque hoje a incidência de câncer em mulheres jovens aumenta cada vez mais”, afirma Thais Melo.

Particularmente com as mulheres e sua aparência física, o câncer de mama é extremamente agressivo e ataca os fundamentos da autoestima feminina. Então, lidar com a queda de cabelo e a perda dos seios é uma batalha adicional. 

“Quando o cabelo começa a cair na sua mão e na sua blusa, você tem que trabalhar muito seu psicológico. Então, o foco é pensar que com cabelo ou sem cabelo eu quero a cura”, descreve Mariana Simões. 

Carmen menciona como lidou com sua situação. “Fiquei mais vaidosa do que antes. Me ver bonita no espelho era fundamental pra mim. Careca, sempre maquiada, com brincos grandes, abusando dos lenços, boinas, peruca e salto alto, foi parte fundamental do processo de cura e auto aceitação”.

“Após a chegada do câncer, tive uma quebra de valores, na qual precisei lidar comigo, como eu poderia ser naquele momento. Por isso, foi uma terapia de choque. Eu me sinto mais bonita hoje, dentro de todas as minhas imperfeições”, expõe Carmen. 

“Parece besteira, mas, em meio a tudo, eu pensei nos meus cabelos. Eu sempre fui muito vaidosa e perder os cabelos, para mim, ia afetar muito na minha autoestima. Agora compreendo que o que realmente importa é minha cura, com ou sem cabelos”, relata Thais. 

Com as redes sociais, assuntos antes evitados, hoje, encontram portas abertas para a discussão, de forma que a conscientização e mudança do ponto de vista andem lado a lado. 

“Desmistificar o câncer é mais precioso nos dias atuais. É dizer ao mundo que você pode ter câncer, mas pode ser curado, pode ser tratado! Nós, como pacientes oncológicos, temos o dever de auxiliar o mundo a ter um novo olhar. Falarmos das possibilidades de cura, de tratamento e de uma vida inteira para ser vivida!”, diz Carmen.