O fenômeno Bridgerton: as diferenças entre os livros e a série

Há uma única coisa que abala até os mais respeitados membros da alta sociedade: um escândalo

A série de televisão “Bridgerton”, produzida por Shonda Rhimes e lançada em 2020 pela Netflix, conquistou o coração dos amantes de romances de época. A trama é baseada na série de oito livros da norte-americana Julia Quinn. A autora nasceu em 12 de janeiro de 1970 e um mês após concluir a faculdade, publicou seu primeiro livro. Seus livros foram traduzidos para mais de 37 idiomas e, no Brasil, venderam mais de 2,5 milhões de exemplares. Com isso, “Bridgerton” se tornou um fenômeno mundial da literatura contemporânea e ao ser produzido para as telas, quebrou recordes na plataforma também.
A cada temporada, vemos a história de um dos oito irmãos em busca do amor. Logo, a temporada de estreia foi baseada no primeiro livro da saga, “O duque e eu”. Nos livros, Daphne e Simon se encontram pela primeira vez numa situação inusitada e perigosa, na qual a protagonista defende-se e foge de um agressor. Por outro lado, na série, os personagens se encontram no baile de abertura da temporada casamenteira e organizam um plano audacioso, com o propósito de afastar os olhares cobiçosos das mães de moças em idade de se casar, e ao mesmo tempo, atrair olhares interessados para o diamante da temporada, Daphne.
Logo na primeira temporada, a rainha da Inglaterra, Charlotte, se torna uma figura autêntica e extremamente necessária para a construção da narrativa. Embora seja uma personagem verídica, a existência da realeza não ocorre nos livros, portanto, a introdução de novos personagens foi fundamental durante a adaptação.
A segunda temporada, baseada no segundo livro da saga, “O visconde que me amava”, narra a trajetória do filho mais velho da família, Anthony Bridgerton. Dessa vez, as diferenças entre o livro e a série são mais evidentes. O sobrenome da protagonista, Kate, muda de Sheffield para Sharma, um sobrenome indiano, assim como a nacionalidade de Kate e de sua irmã, Edwina.
As distinções continuam com o enredo da história. Nos livros, a abelha é um símbolo que não somente representa os fãs de Bridgerton, como também é uma parte essencial para a história, pois ela é responsável pela morte do pai da família, Edmund Bridgerton, assim como é crucial para a construção do relacionamento de Kate e Anthony. Nos livros, a famosa cena da picada de uma abelha é o pontapé inicial para o casamento dos protagonistas, pois após serem flagrados em uma situação constrangedora, eles são obrigados a se casar em uma relação sem amor. Em contrapartida, na série, a cena envolve um momento íntimo entre os dois, porém não é presenciada por ninguém.
Os contrastes entre os livros e a série vão além da família Bridgerton. Uma das cenas mais chocantes para quem leu a saga foi o final do quarto livro, quando a Lady Whistledown é revelada tanto para os leitores quanto para os personagens. Em compensação, a fofoqueira mais comentada da alta sociedade de Londres é exposta logo no final da primeira temporada.
Com isso, é possível analisar que ocorreram inúmeras mudanças durante a adaptação dos livros para a televisão. Adaptações literárias se tornaram cada vez mais comuns e, desse modo, dividem opiniões daqueles que são fiéis à história criada pelo autor e daqueles que apreciam as mudanças, desde que não prejudiquem o desenvolvimento da obra.

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