Pequenos atos produzindo mudanças

Segundo dados coletados pelo Cuponation, plataforma da empresa alemã Global Savings Group, o Brasil possui um grau de 56% poluição e ocupa a posição 65º no ranking de países mais poluentes. Já a cidade de São Paulo é a quarta cidade brasileira com maior concentração de poluição. O debate sobre a implantação de práticas que revertam o crescimento alarmante da poluição cresceu nos últimos anos. Confira algumas práticas que fazem a diferença e podem ser reproduzidas no cotidiano: 

  • Tijolo ecológico 

Diferentes dos tijolos convencionais, na produção ecológica não é necessária a utilização do forno, dispensando a queima de madeira que diminui a produção de gases do efeito estufa, gerados na fabricação industrial. O tijolo ecológico não é encontrado em qualquer loja de construção, como os tijolos tradicionais, é necessário localizar uma loja especializada em soluções ecológicas, ou pela internet. Mas, seu formato permite que o encaixe entre as peças seja mais preciso e utiliza menos argamassa.

Existem alguns tipos de tijolos ecológicos, como o de encaixe a seco, feito de argila ou o que utiliza reaproveitamento de resíduos, produzido a partir das cinzas do bagaço da cana-de-açúcar, couro, borracha e fibra de coco do babaçu. 

  • Compartilhamento de Bikes

Transportes como carros, ônibus, motocicletas e caminhões emitem diversos gases que contribuem para o efeito estufa, pioram a quantidade do ar e afetam diretamente a saúde da população. As bicicletas são uma ótima alternativa para a diminuição dessa poluição. Elas auxiliam na qualidade de vida e produzem menos custos com manutenção, além de evitar o trânsito, mas se você não puder comprar a sua, existe a opção de alugar.

O sistema de compartilhamento de bicicletas chegou a São Paulo em 2012, em uma parceria da prefeitura da cidade com o banco Itaú. O desbloqueio dessas bicicletas pode ser feito pelo aplicativo Bike Itaú, com um cadastro feito usando o bilhete único ou pelo cartão de usuário Bike Sampa. Atualmente, são 260 pontos espalhados pela capital paulista, para aquisição e troca das bicicletas, todos listados em um mapa no aplicativo. O aluguel vale por 60 minutos, custando em torno de 2 reais por viagem, mas existem planos diários, mensais e anuais para aqueles que fazem maior uso. A empresa foi a primeira a trazer essa forma de compartilhamento para a cidade, mas, hoje, existem diversas outras oferecendo esse serviço.

  • Descartáveis

O plástico já se provou ser um problema para a natureza, para a vida marinha e também para a vida urbana. Para minimizar os danos causados por esse material, algumas práticas aplicáveis ao dia a dia podem fazer a diferença, com a substituição de produtos descartáveis por materiais reutilizáveis. A utilização de sacolas de tecido (ecobags), dispensa sacolas plásticas. Substituir as garrafas e copos descartáveis diminui a circulação excessiva de plástico. Utilizar cotonetes de papel, canudos comestíveis ou de inox, escovas de dentes produzida com bambu, dar preferência a produtos com opção de refil ou retornável durante as compras, todas são pequenas ações que fazem a diferença. 

  • Coleta de água da chuva

A água, que é algo vital para a vida na terra, sera um recurso escasso em pouco tempo. O consumo elevado e o desperdício produzem um impacto negativo no planeta e na vida humana. Quando o assunto é economizar, para fazer a diferença no planeta e nas contas, a cisterna é uma ótima opção, um reservatório que recebe a água da chuva para que possa ser reutilizada. Geralmente, coletando água pela calha, ela possui um filtro que impede que resíduos sólidos atravessem, como folhas e objetos, deixando apenas a água. Existem diversos tamanhos, modelos e formatos. As cisternas costumam ser instaladas sob o solo, para evitar que a luz solar facilite a proliferação de micro-organismos, mas ela também pode ser instalada em áreas cobertas, com as devidas precauções, para facilitar a manutenção. A água coletada nesse processo, não é potável, mas pode ser usada para lavar o carro, a calçada, para a limpeza do vaso sanitário ou para regar o jardim.

  • Separação de lixo

A coleta seletiva é uma maneira ecológica de descarte de lixo, coletando os resíduos reaproveitáveis que foram previamente separados, como plástico, papel e vidro. Essa prática diminui a poluição do solo e das águas, proporcionando uma alternativa sustentável para o lixo recolhido, a reciclagem. O lixo orgânico é considerado sobras de alimentos, cascas, frutas, raízes, vegetais, folhas e outros resíduos de origem biológica. Ele não está incluído nesse processo e continua sendo encaminhado para os aterros. Para os demais, existem duas formas possíveis de realizar a coleta: O recolhimento domiciliar e os Pontos de Entrega Voluntária (PEVs).

A coleta domiciliar recolheu 39.3 mil toneladas de materiais recicláveis, apenas no primeiro semestre de 2019, na capital paulistana, e está disponível em 94 distritos do município, segundo dados da Prefeitura de São Paulo. Para os lugares que a iniciativa não atende, existem cerca de 1.500 PEVs e 102 Ecopontos, como opção de descarte.

Alguns produtos considerados perigosos não devem passar pelo descarte comum ou pela coleta seletiva. Lâmpadas fluorescentes, cartuchos, pilhas e baterias ou aparelhos eletrônicos precisam ser devolvidos ao local de compra e em pontos específicos que realizam o descarte seguro.