Próxima parada: Ásia

Imagem:Divulgação/Netflix

Com o reconhecimento mundial de músicas, filmes e séries, os streamings não deixam de apostar, principalmente, em produções sul-coreanas.

No início deste ano, a Netflix anunciou que tinha um orçamento de US$1 bilhão para investir em produções na Àsia-Pacífico, no qual US$500 milhões estariam destinados somente para a Coreia do Sul. O resultado não poderia ter sido melhor, a série “Round 6” tornou-se a mais assistida da plataforma, com mais de 142 milhões de telespectadores em todo o mundo. O streaming também disponibilizou outros valores para dois grandes espaços em Seul, capital da Coreia, focando na produção de filmes, séries e documentários.

Este investimento, no entanto, não é algo novo. Desde 2015 a 2020, a Netflix investiu 700 milhões em conteúdo sul-coreano, resultando no aumento de 120% da audiência dessas produções em 2020, em relação ao ano anterior. “Quando começou a pandemia, notei que muita gente começou a assistir doramas e a conhecer mais sobre a cultura. Percebi também, que meus amigos começaram a postar coisas sobre doramas e, até em programas de TV, o apresentador citava alguns. Eles se referem aos doramas como séries asiáticas em geral”, diz Lidiane de Albuquerque, administradora da página “Dorameira oficial”, no Instagram.

Alguns exemplos de produções asiáticas bem sucedidas, e originais, disponibilizadas pela Netflix, são: “Alice in Borderland”, série japonesa que alcançou o top 10 em vários países, “Kingdom”, k-drama aclamado pela crítica e público e “Light Up The Sky”, documentário sobre o maior girl group da atualidade, Blackpink. Com a chegada de novas plataformas, como: Disney Plus, HBO MAX, Amazon Prime, etc, a Netflix segue investindo no entretenimento asiático, visto que novos 9,3 milhões de assinantes foram incluídos na plataforma no ano de 2020, propagando sua presença na região.

Por mais que a plataforma esteja investindo em produções asiáticas, é evidente que seu foco de interesse está na expansão do mercado na Coreia do Sul. A onda sul coreana, ou “hayllu”, está conquistando rádios, cinemas, streaming e a admiração de muitos há um tempo. Desde o hit “Gangnam Style”, no qual explodiu no Ocidente, o mundo ficou conquistado pelo setor musical da Coreia, que só cresceu.

Da mesma forma que as músicas não puderam mais ser ignoradas, as produções cinematográficas também não. O sucesso do filme “Parasita” marcou o ano de 2019 e seus telespectadores ao abordar a desigualdade social no país. A obra rendeu quatro Oscars – destacando o fato da produção ser o primeiro longa estrangeiro a ganhar o Oscar na categoria de “Melhor Filme”. Outra obra de destaque é “Minari”, uma produção sul-coreana que rendeu o Oscar de “Melhor Atriz Coadjuvante” para Yuh-Jung Youn. Sendo assim, o entretenimento coreano passou a participar cada vez mais nas casas das pessoas, aumentando sua relevância a cada ano.

“Como em qualquer mercado, existe muita coisa ruim para suprir a indústria financeira. Mas, também existem obras-primas valiosíssimas.”, comenta Hugo Otávio, dono da página “Filmes e pipoca”, no Instagram.

Apesar de já existirem streaming voltados somente para produções asiáticas, como: Viki, Kocowa, etc, este entretenimento tornou-se tão influente e famoso, que outras plataformas não deixaram de notar e investir. Além da Netflix, outra plataforma que vai embarcar nessa onda sul-coreana ainda esse ano é a Disney +. O streaming, que chegará em alguns países asiáticos no mês de dezembro, disponibilizará em seu catálogo, séries e filmes inéditos, como é o caso do aguardado k-drama, “Snowdrop”. O drama terá sua estreia mundial no dia 18 do mês que vem e conta a história de um casal que se apaixona em meio ao regime militar do país. Apesar de seu caráter totalmente ficcional, o enredo não traz apenas mistério, ação e romance, mas um pouco da história coreana.

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