15/05/2017- Brasília - DF, Brasil- Presidente Michel Temer durante entrevista para o programa Frente a Frente da Rede Vida. Foto: Marcos Corrêa/PR

Entenda os desdobramentos políticos ocorridos no Brasil

Donos da JBS fazem delação onde revelam informações que abalaram o cenário político no país

Uma notícia divulgada na quarta-feira,17, abalou ainda mais a política brasileira. Os donos do frigorífico JBS, Joesley e Wesley Batista, fizeram uma delação para a Procuradoria-Geral da República em que revelam áudios do presidente Michel Temer autorizando a compra do silêncio do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. Cunha está preso pela operação Lava Jato.

Em uma gravação realizada em março, Temer indica o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver assuntos da J&F (holding que controla assuntos da JBS no Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade).

Joesley marcou um encontro com Loures e contou o que precisava no Cade e, para isso, teria oferecido 5% de propina ao deputado que deu o aval. O combinado foi o pagamento de R$ 500 mil semanais por 20 anos, o que totalizaria 480 milhões.

Em outra gravação, Temer estaria dando uma mesada para Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro dentro da cadeia para que ficassem calados. Na gravação, o presidente teria dito: “ tem que manter isso, viu?”.

Na delação de Joesley, o senador e presidente do PSDB Aécio Neves (PSDB-MG) também é citado. Na gravação, ele teria pedido 2 milhões ao empresário para pagar sua defesa na Lava Jato. A entrega do dinheiro foi feita a Frederico Pacheco de Medeiros, primo de Aécio.

Ao longo dos dias, os desdobramentos do fato aconteciam a todo momento. No dia seguinte, logo pela manhã, a irmã de Aécio Neves, Andrea Neves, foi presa sob a acusação de ter pedido dinheiro a Joesley Batista em nome do irmão. O primo do senador também foi preso preventivamente, pois nas gravações ele aparece recebendo o dinheiro que seria de Aécio.

O presidente Michel Temer deu um discurso ontem em que todos esperavam que anunciaria sua renúncia do cargo, segundo informações do O Globo. Porém, surpreendendo a todos, durante pronunciamento no Palácio do Planalto, afirmou que  seu governo viveu na semana o pior e melhor momento, mas foi enfático ao dizer que não irá renunciar e que tem ciência da correção de seus atos.

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