O frio é bom apenas para quem tem como se cobrir

Todos merecem ter uma moradia digna, porém, mais de 24 mil pessoas dormem nas ruas de São Paulo

De acordo com o Censo de 2019, mais de 24 mil pessoas vivem em situação de rua na cidade de São Paulo. A situação piorou com a chegada da pandemia porque milhares de pessoas perderam o emprego. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o desemprego atingiu 14,6% da população no terceiro semestre de 2020, encerrado em setembro. Foi o pior resultado, neste mesmo período, desde que a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) foi iniciada em 2012 pelo IBGE.

Neste mesmo cenário, algumas regiões do Brasil, entre elas o Sudeste, enfrentam ondas de frio que podem ser as piores de todo inverno. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) apontou que as máximas, na região metropolitana de São Paulo, devem ficar abaixo dos 15°C e a mínima pode chegar a 3°C na madrugada desta sexta-feira (30), com a possibilidade de nevar. O frio intenso é resultado de uma frente fria combinada com uma massa de ar polar.

Um levantamento feito pelo Movimento Nacional da População de Rua indica que pelo menos 14 pessoas morreram em decorrência do frio neste ano em São Paulo. Por isso, a prefeitura da cidade informou que será feita uma força tarefa para reforçar o apoio a essa população.

Em nota no site, a prefeitura explicou que foram montadas cinco tendas temporárias, que funcionarão 24 horas por dia “para distribuição de sopa, chá, chocolate quente, mantas térmicas, agasalhos, cobertores e kits de higiene em diferentes regiões da capital”. Além dos alimentos, a Secretaria de Mobilidade e Transportes (SMT) colocou sete ônibus extras e mais 15 Vans do Atende, e dos veículos já utilizados desde o fim de abril, para garantir o transporte de quem aceitar o abrigo.

Os locais de funcionamento das tendas são: Praça da Sé e Praça Princesa Isabel, na região central; Praça Barão de Tietê, na Mooca; Praça Salim Farah Maluf, em Santo Amaro; e Praça Miguel Dell’erba, na Lapa.

Segundo a Agência Brasil, nas tendas, “as equipes do Programa Consultório na Rua, uma iniciativa da Secretaria Municipal de Saúde, vão estar disponíveis para eventuais atendimentos médicos”. Além disso, é possível solicitar uma abordagem social pela Central 156, o pedido pode ser anônimo e é necessário informar o local, a vestimenta e as características físicas da pessoa.

A operação intitulada de “Baixas Temperaturas” segue ativa até 30 de setembro. A medida é acionada quando a temperatura atinge patamar igual ou inferior a 13ºC ou sensação térmica equivalente. Segundo a prefeitura, foram acolhidas 5,3 mil pessoas nas madrugadas em maio, 5,4 mil em junho e 4,7 mil até 25 de julho.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *