Resenha: Coraline e o Mundo Secreto
Baseado no livro de Neil Gaiman, de 2002, o filme “Coraline e o Mundo Secreto” foi produzido em 2009 pelo cineasta Henry Selick. A animação em stop-motion mistura elementos de terror, fantasia e aventura, e atrai tanto o público infantil como o adulto. A produção traz mensagens sobre a relação entre pais e filhos, além de mostrar como o ideal de mundo perfeito não significa que ele é uma fonte de felicidade.
Coraline Jones (Dakota Fanning), de 11 anos, é uma menina curiosa, inquieta e cheia de imaginação, que acaba de se mudar com os pais para um antigo casarão. Insatisfeita com a mudança, por ter perdido o contato com seus amigos, e chateada por não receber tanta atenção dos seus pais, que são muito ocupados e dedicados as suas tarefas, Coraline decide explorar o novo lar. É nesse momento que ela abre uma determinada porta fechada por tijolos. Mas, durante a noite, a garota é levada por um camundongo até essa porta, e dessa vez descobre um portal para um universo paralelo ao seu.
Ao contrário do mundo acinzentado e apagado da sua realidade, os tons desse outro universo são mais coloridos e mais vibrantes, representando também a emoção que a personagem sente quando está nos dois lugares. Coraline encontra os seus outros pais que são extremamente atenciosos com ela. A menina recebe muito carinho e comidas deliciosas em um ambiente mágico. Tudo seria perfeito se não fosse por uma característica intrigante e bizarra: todos que vivem nesse lugar possuem botões pretos no lugar dos olhos.
Desde o início da história, Coraline é constantemente vigiada por uma boneca igual a ela, e adivinha: o brinquedo também tinha olhos de botões. No decorrer de sua aventura, a personagem é acompanhada por um gato (Keith David) capaz de falar apenas no universo paralelo. Em meio ao dilema sobre qual mundo ficar, Coraline descobre que a outra mãe (Teri Hatcher) é na verdade uma criatura assustadora conhecida como “A Bela Dama”. Mesmo assim, ela não se intimida e a enfrenta com muita coragem.
Criado pelo mesmo diretor de “O Estranho Mundo de Jack” (1993) o stop-motion de Coraline fala como é importante para uma criança o amor de seus pais, e mesmo que a nossa vida cotidiana não seja um jardim repleto das mais diversas cores de flores, não quer dizer que ela não possa ser encantadora.