A arte da maquiagem editorial

Em uma fusão heterogênea entre o passado e o futuro, a beleza se torna um poderoso instrumento de comunicação

A beleza nos editoriais de moda se destaca pelo caráter exploratório em uma viagem por diferentes narrativas. Conceitos que refletem personalidade e determinam um comportamento, recorrentes nos editoriais, se popularizaram na internet na era digital e definitivamente evidenciaram o poder da maquiagem.

A tradução de códigos através da combinação de cores, formas e texturas compreende a essência da beleza editorial. Muitas vezes associada a conceitos abstratos, estigmatizados por natureza, sua versatilidade apenas agrega um universo de possibilidades criativas. O maquiador e cabeleireiro Krisna Carvalho conta que no editorial não existe certo e errado, pensando pelo ponto de vista que deve comunicar uma mensagem por meio de um conjunto de imagens e um conceito.

A criação de uma identidade define muito o trabalho de um profissional do mundo da beleza. A inspiração em movimentos artísticos, a influência da música e da literatura e diferentes vertentes da arte no mundo, certamente instigam a concepção de um traço único. “Apesar do mercado comercial muitas vezes delimitar certos parâmetros, é possível abusar de outros tipos de criatividade. A beleza tem que transparecer tudo que o editorial quer informar”, comenta Robert Estevão, maquiador e cabeleireiro referência no mundo da beleza, desde 1997.

Gui Paganini para SN Brasil

Manter-se dentro das tendências e atualidades pode ser o principal desafio dos amantes deste universo. A inserção do mercado da beleza no mundo digital, especialmente no período de confinamento, indicou o aumento expressivo do consumo digital. Segundo pesquisa do Amdocs, o número de horas de uso da internet no país dobrou. E decorrente da diminuição da procura pelas revistas impressas, criou-se uma nova relação com a divulgação de objetos midiáticos e sua influência na indústria virtual. Robert diz que a beleza surpreende constantemente e a nova geração manifesta as mudanças necessárias do mercado.

A função das revistas de moda no cenário pós-industrial e sua relação com o consumo e a construção de identidades, conecta-se diretamente com as maneiras de tornar uma imagem desejável. Com o desenvolvimento tecnológico, os significados do consumo se modificaram na sociedade contemporânea, e sua relação com a moda e a mídia especializada, observaram a discrepância na representação de pessoas reais.

A pluralidade da beleza, um aspecto não tão explorado ao longo da história do mercado publicitário, hoje se mostra um valor fundamental em campanhas e editoriais, para que seu alcance e resposta do público seja relevante. Na beleza editorial não é diferente, a inclusão da diversidade se torna uma ferramenta de transformação social.

Thi Santos

Krisna reflete sobre o uso da maquiagem como libertação e seu papel determinante na composição de diferentes histórias e personagens. Assim como a moda, a beleza é capaz de expandir nossa identidade no exterior. Previamente a cruel padronização das faces, suas raízes se atrelaram às mais diferentes formas de expressão, reafirmando a amplitude e o poder da arte em traduzir sensações para além do espaço e do tempo.

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