A atribuição da palavra

Com o dom e o poder, a responsabilidade vem por consequência. Políticos, jornalistas, artistas, entre outros, possuem a capacidade de mudar vidas a partir de seu ofício, influenciando seus arredores assim como também um público longínquo. 

Presidentes depostos, sendo investigados e presos. Pessoas erroneamente taxadas e estigmatizadas tendo suas vidas condenadas pela opinião pública antes de um julgamento sob a lei, como no caso Escola Base. Lembro-me também da onda de suicídios na Europa em razão do livro “Os Sofrimentos do Jovem Werther”, fato que fora denominado como “As vítimas de Goethe”. Esses são exemplos do peso que têm as palavras, que comovem, incitam e movem multidões até hoje. Ainda mais na época atual, na qual há predominância do meio midiático pelo mundo. Apesar de os eventos citados terem ocorrido anteriormente, a importância de serem levados em consideração não é menor. Pelo contrário, só evidencia o tamanho do compromisso que as pessoas assumem ao repassar qualquer fala ou informação adiante.

Temo que, com a atual dependência das conexões e por estarmos crédulos nas mídias sociais, esse cenário não melhore. Acredito que a tendência para o futuro seja a maior propagação de notícias sem fundamentos úteis, que têm como intenção apenas influenciar a população sobre uma certeza um tanto quanto questionável, a fim de controlá-los para seus próprios interesses. O que só autentica a indispensabilidade da incumbência de cada profissional atuante em áreas da comunicação. Afinal, como já dizia o grande comunicador José Abelardo Barbosa, popularmente conhecido como Chacrinha, “Quem não comunica, se trumbica”, referindo-se à importância da comunicação para todos, uma habilidade a ser desenvolvida, a qual estamos destinados a melhorar desde a nascença.