Distopias literárias

Há milênios, o ser humano tenta imaginar como será o futuro de sua espécie e do próprio planeta. No século XX, essa temática foi utilizada por inúmeros autores na literatura, que criaram obras que ficaram marcadas na cultura popular e foram adaptadas para mídias como o cinema e a televisão. De sociedades autoritárias a realidades mega tecnológicas, as distopias na literatura imaginam futuros sombrios para a raça humana, fazem críticas a diversos aspectos da sociedade e levantam discussões que se mostram importantes a cada dia que passa.

Admirável Mundo Novo (1932)

Escrito pelo autor britânico Aldous Huxley em 1932, o livro descreve uma sociedade futurista em que o avanço tecnológico foi tão grande que permitiu que todos os seres humanos tivessem seus traços sociais e biológicos manipulados pela engenharia genética. Esse “mundo novo” é dividido em castas e seus habitantes são controlados pela Soma, uma droga que induz as pessoas a serem felizes e aceitarem este estado autoritário. Apesar de ter sido lançado no início da década de 1930, o romance já falava, além da engenharia genética, de aspectos como tecnologia reprodutiva, totalitarismo e mundialismo. Em sua canção “Admirável Gado Novo”, o cantor brasileiro Zé Ramalho se inspirou na obra de Huxley para falar sobre capitalismo, alienação e outros problemas sociais.

1984 (1949)

Considerada uma das mais importantes obras da literatura universal, “1984”, de George Orwell, retrata uma sociedade chamada Oceania, controlada pelo poderoso Grande Irmão. Neste lugar repressivo, a população é vigiada 24 horas por dia pelas teletelas, que são comandadas pela Polícia de Pensamento, responsável por punir aqueles que tenham ações ou pensamentos negativos contra o Partido. A trama segue Winston Smith, funcionário do Ministério da Verdade, que trabalha em um departamento responsável por falsificar e alterar documentos históricos. Ao se apaixonar por uma mulher, Winston decide se rebelar contra o poderoso sistema. A obra foi adaptada para um filme lançado em 1984 e seu conceito principal serviu de inspiração para o reality show “Big Brother”.

Fahrenheit 451 (1953)

Em 1953, o autor norte-americano Ray Bradbury publicou a obra “Fahrenheit 451”, que retrata uma sociedade onde todos os livros se tornaram proibidos. A trama principal acompanha Guy Montag, um bombeiro responsável por queimar quaisquer materiais de leitura que possam existir. Ao se apaixonar por uma mulher que ama livros, Montag começa a repensar o seu papel naquela sociedade e contestar esse sistema opressivo. Devido ao seu sucesso de crítica e público, a obra foi adaptada duas vezes para o cinema: um filme de 1966 e um filme de 2018, estrelado por Michael B. Jordan.

Androides Sonham com Ovelhas Elétricas? (1968)

Considerado um dos mais importantes expoentes da cultura cyberpunk, o romance “Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?” mostra um futuro pós-nuclear em que os seres humanos convivem com andróides, ou replicantes. Na história, Rick Deckard é contratado para caçar seis androides fugitivos, porém, acaba embarcando em uma jornada filosófica que o faz perceber vários aspectos da sociedade em que vive. A obra foi adaptada para os cinemas em 1982 com “Blade Runner – O Caçador de Andróides”, estrelado por Harrison Ford e considerado um dos filmes mais icônicos já realizados. Em 2019, teve uma sequência dirigida pelo canadense Denis Villeneuve e vencedora de dois Oscars.

O Conto da Aia (1985)

Lançado em 1985 pela canadense Margaret Atwood, o romance “O Conto da Aia” é ambientado em um estado totalitário chamado República de Gilead. Nesse lugar, as mulheres são oprimidas, não possuem qualquer tipo de direito e não podem nem mesmo ler. Elas são apenas usadas para fins reprodutivos ou para trabalharem em zonas radioativas. A personagem principal do romance é Offred, anteriormente chamada June, que foi separada da filha e do marido e luta para conseguir escapar de Gilead. Por tratar de temas relevantes como feminismo, machismo e totalitarismo, o romance foi um sucesso de público, venceu o Arthur C. Clarke Award, importante prêmio de ficção científica, e foi adaptado duas vezes: um filme de 1990 e uma premiada série de TV em 2017. Em 2019, Atwood publicou “Os Testamentos”, que se passa 15 anos após os acontecimentos do primeiro livro e acompanha a visão de três personagens diferentes.

Jogos Vorazes (2008)

Um dos livros mais vendidos da história com mais de 80 milhões de cópias, “Jogos Vorazes” é um romance distópico escrito pela autora Suzanne Collins. A protagonista é Katniss Everdeen, moradora de um país chamado Panem. Ela precisa lutar e sobreviver nos violentos Jogos Vorazes, uma competição promovida pela metrópole Capital que controla e domina toda aquela população. A saga, formada por três livros, foi adaptada para os cinemas em 2012 com Jennifer Lawrence no papel principal.

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