Educação e Sociedade: OMUNGA Grife Social e Instituto

A OMUNGA tem, por meio de projetos e ações, beneficiado crianças, jovens e adultos utilizando a educação.

Em 2013, a OMUNGA nasceu. Tudo aconteceu durante um período sabático que Roberto Pascoal, empreendedor social, iniciou o projeto em países africanos e no sertão do Brasil. O período que, inicialmente, seria de quatro meses acabou estendendo-se por mais de três anos, surgindo como resultado a grife social e instituto OMUNGA, com o seu propósito de utilizar a educação como ferramenta para salvar o mundo. “O nome ‘OMUNGA’ vem do dialeto Umbundu, proveniente em Angola. Como a ideia nasceu em sua capital, Luanda, eu queria que o nome [da marca] tivesse algum vínculo com a África, que além do nome ter nascido lá ainda é o nosso berço”, conta Roberto. “OMUNGA significa ‘unidade’, ‘união’, ‘conjunto’ e representa muito bem esse desejo de unir pessoas para ajudar outras, especialmente aquelas que vivem em regiões distantes, isoladas onde poucas ou nenhuma organização social atua”, acrescenta.

O primeiro projeto intitulado “Escolas do Sertão” surgiu por volta de 2012 e 2013. Como foco, a marca atua em locais mais afastados, distantes das capitais e movimentadas cidades, onde a população é mais carente. “Quando cheguei em uma dessas regiões, a única coisa que as pessoas me pediam eram livros, muitos livros”, relembra o empreendedor social. “A partir dali, surgiu a ideia da primeira biblioteca, depois da inauguração nós sentimos que o que os professores mais precisavam era de assistência, fazer com que eles se sentissem motivados, assistidos e instrumentalizados para que aí sim assumissem o papel de agente de transformação e não a biblioteca que é a ferramenta”, afirma.

Um ano depois, em 2014, o segundo projeto “Livros para a África” era lançado, atingindo e beneficiando 1.500 crianças por meio da instalação de bibliotecas em Luanda, capital de Angola. Um ano antes, a companhia havia construído as primeiras bibliotecas da corporação no Piauí, Brasil. “Elas foram construídas em outubro de 2013, nas cidades de Betânia do Piauí e Curral Novo, no Piauí”, conta. “Foi toda uma articulação de pessoas que queriam levar educação para essas regiões, que se caracterizam como uma das cidades mais carentes e vulneráveis do Brasil. E esse foi o projeto piloto que viria dar origem a tudo que estamos construindo até hoje”, reconheceu.

Além das três iniciativas da OMUNGA, a empresa ainda implementa um ciclo de formação de professores nas zonas em que age. “O primeiro ciclo aconteceu no ano de 2013, quando inauguramos as primeiras bibliotecas. As nossas formações vão ser sempre marcadas por muita escuta, porque temos um cuidado e um respeito muito grande com o contexto, com a história e com as características dessas regiões”, declara o catarinense. “Por isso que na inauguração ocorreu o primeiro ciclo de escuta que a gente chama, uma avaliação, um descobrimento, uma contextualização de território e, a partir do ciclo de 2014, de duas a três vezes por ano têm acontecido essas formações de professores, que são formações continuadas. Nós acompanhamos e continuamos presentes nessas comunidades”, complementa.

Em mais de seis anos de marca, muitas crianças, adolescentes e adultos foram impactados pelas ações da OMUNGA: “Nós já beneficiamos em torno de 6.000 crianças e aproximadamente 550 professores com os três projetos: ‘Escolas do Sertão’, ‘Livros para a África’ e ‘OMUNGA na Amazônia'”, conta Pascoal. E o empreendedor social ainda atesta: “Nos próximos cinco anos queremos dobrar, pelo menos, essa quantia de crianças que embora pareça pouco é muito, pois estamos falando das regiões mais isoladas do Brasil. Então, uma cidade como essa tem 1.000, 800, às vezes 2.000 crianças”.

Na mídia, a OMUNGA já apareceu em sites de notícia como o Estadão e G1, em uma das principais emissoras do país, a Record e em programas de grande audiência, Caldeirão do Huck, Profissão Repórter e Pequenas Empresas & Grandes Negócios. “A exposição na mídia seja digital, eletrônica ou impressa, sempre contribui demais. Porque dá voz a essas regiões, às pessoas que vivem nelas, aos professores e às crianças. Também dá voz a nossa causa, é muito comum ouvirmos de pessoas que não conheciam ou não sabiam que uma organização social cuidava dessas regiões, desse contexto”, comenta.

Esse ano, a empresa pretendia lançar o terceiro projeto intitulado “OMUNGA na Amazônia”. No entanto, a estreia acabou sendo postergada para o ano de 2021, em virtude da pandemia causada pela COVID-19. “Do segundo semestre para cá, a gente começou a ter uma certa ascendência. E a pandemia chegou e barrou tudo isso. Mas esse tempo, em contraponto, foi muito rico porque conseguimos descansar”, relatou Pascoal. “Eu, como empreendedor, percebi que tinha mais de 10 anos que não descansava, parava ou tirava férias, e não estou exagerando. Nós também aproveitamos esse tempo para trabalhar nossa gestão, participamos do programa ‘VOA’ da Ambev, que trabalha gestão e organizações sociais, por meio do trabalho voluntário de profissionais da organização”, respondeu.

No mesmo momento em que o mundo tenta superar uma crise humanitária, muitas empresas fazem planos e traçam metas para poderem recuperar-se dos obstáculos que o ano de 2020 impôs. Com a OMUNGA, não seria diferente. “Nossos planos passam pela sustentação dos três atuais projetos: ‘OMUNGA na Amazônia’, ‘Livros para a África’ e ‘Escolas do Sertão’. Queremos deixá-los ainda mais maduros, no que diz respeito à sustentabilidade financeira e aos objetivos pedagógicos e lançar pelo menos mais dois projetos”, garante Roberto. “O próximo [projeto] ainda não tem nome, só posso adiantar que possivelmente vão acontecer nas duas cidades mais vulneráveis do país, de acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDHM. Vamos lançar outro projeto chamado ‘Expedição OMUNGA” – que tem como objetivo fazer uma expedição nas 50 cidades mais vulneráveis do país, e vamos escolher mais duas ou três regiões para fazer um novo projeto”, finaliza.

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