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Jovens investidores: entre riscos e estudos

Na últimas semana, uma propaganda viralizou e acabou virando meme diante de todo o país. Você provavelmente deve ter se deparado com alguma piada relacionada à jovem Bettina Rudolph e seu investimento que transformou pouco mais de mil reais em um milhão em apenas 3 anos. Pois bem, apesar do assunto vir sendo usado para fazer piadas e visto com uma certa “ironia” nas redes sociais, trata-se de uma realidade para alguns jovens no país que possuem condições e procuram formas de valorizar sua renda.

O mundo do investimento requer diversas gamas de conhecimento e cuidados, ou seja, para entrar nesse universo no “ início” da vida adulta, é necessário que a pessoa tenha no mínimo coragem, já que a aplicação não parte do zero. Um dos aspectos positivos da atualidade é a facilidade de acesso aos conteúdos disponíveis na internet.

O jovem investidor de 24 anos, Matheus Monteiro, entende que antigamente era de fato mais complicado de começar a investir. “Na época em que comecei a estudar, seis anos atrás, não tinha quase nenhum material. Hoje em dia, você entra no YouTube e tem muito mais informação do que antes. Então, antigamente era bem difícil. O esforço era muito maior, era necessário ler livros em inglês ou em português, mas muito avançados. Por conta das dificuldades, estudei muito mais do que a média necessária para hoje. Os livros eram muito difíceis e a dedicação era necessária, apesar disso comecei a gostar muito. Como no Brasil a literatura de investimentos não é tão forte, eu comecei a estudar mercados mais desenvolvidos. Foquei muito em estudar o histórico deles, basicamente isso. Nunca tive muita renda fixa, ou seja, sempre investi muito em ações. Quando acabavam as referências, comecei a tirar certificações para investimento. Mas tudo sempre foi por conta própria, vendo a maneira de investir de alguém, ou vendo a história das bolsas mais desenvolvida que as nossas”, conta.

Uma questão também muito relevante no investimento são os riscos relacionados às mudanças externas, como as mudanças políticas ou situações que mexam até mesmo indiretamente com a economia do país. Matheus explica que desde que começou nesse universo, não precisou lidar com nenhuma grande crise. “Eu tive a sorte também de que quando comecei, em 2016, a bolsa só subiu, nunca peguei um movimento de queda a longo prazo. Isso me ajudou a capitalizar. Em alguns movimentos atípicos a curto prazo tive dificuldade, mas nada que se prolongou”, explica o investidor.

Entretanto, uma das dificuldades que teve foi de lidar com a visão dos outros em relação a sua escolha de qual caminho iria seguir para gerar renda. “Entre todos os meus investimentos a dificuldade que mais tive foi ter a confiança dos pais, pois geralmente eles gostam de coisas mais tangíveis. Mas depois foi mais tranquilo para aceitar”, relata. Ou seja, para conseguir bons retornos financeiros, é necessário um longo tempo de experiência e estudo sobre o mercado, e não necessariamente há um diploma para isso, mas acaba havendo uma desconfiança da sociedade quanto a isso, já que o ensino superior é tão requisitado.