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O universo da psicologia das cores

Elementos coloridos possuem grande influência em nossos sentimentos

Um mundo sem cores não teria a mínima graça, não é mesmo? Principalmente no universo visual que vivemos nos dias de hoje. Mas, o que você talvez não saiba, é que elas possuem uma forte influência no cérebro humano, nas quais afetam nossas emoções, sentimentos e desejos de diversas formas. E um dos estudos que nos ajudam a entender essa relação, é a psicologia das cores.

Seja relaxamento ou agitação, a cor é capaz de gerar diferentes sensações, dependendo do seu contexto. “Elas afetam a gente em tal nível, que são capazes de alterar inclusive nossos batimentos cardíacos e respiração”, explica a visagista e estrategista de imagem, Ana Luiza Peres, de 26 anos. “Além da gente possuir essa relação em nível fisiológico com as cores, a gente se relaciona psicologicamente a elas também”.

A mensagem através das cores é muito utilizada em áreas como marketing, design e cinema, ou até mesmo em comemorações do cotidiano. Por exemplo, por que se veste branco para comemorar o ano novo e para o batismo? Porque o branco simboliza recomeços, e também a pureza. Ou seja, não é nada por acaso.

Em relação a estrutura visual, Ana Luiza ressalta que: “Na composição de linhas, cores, formas, texturas e volumes, considera-se que uma cor pode reforçar o significado daquela estrutura visual, se a psicologia das cores estiver atrelada ao significado dessas estruturas”.

No mundo cinematográfico, a videomaker Beatriz Ribeiro Barbosa dos Santos, de 26 anos, destaca a influência das cores nas reações do telespectador. “Filmes, se você quer trazer uma temática mais engraçada, você usa cores quentes. Se você tem uma temática triste e séria, os filmes já tem uma pegada um pouco mais escura, um pouco mais fria”.

Basta lembrar das cenas sombrias em que Lord Voldemort aparece, em Harry Potter ou, como exemplifica Beatriz, o início e o final de Titanic: “A Rose ainda acha que é feliz, tudo é quente, tudo é mais alaranjado, mais amarelinho. E aí, de repente vem o iceberg e tudo fica frio: a fotografia fica fria, as pessoas e as roupas estão mais cinzas”. Toda essa transição induz as emoções de quem está assistindo.

E isso ocorre porque o nosso cérebro é quem interpreta os elementos visuais. “Cor é linguagem, cor comunica”, diz a visagista. Os profissionais que trabalham com o visual devem se atentar a essa relação entre cor e sentimento, de acordo com a demanda de seu público.

Ao analisar o significado das cores, percebe-se que elas não passam uma única mensagem. O próprio amarelo, por exemplo, está relacionado a alegria, entusiasmo e criatividade. Mas, por ser uma cor mais energética, Ana Luiza ressalta que em outra vertente o amarelo pode causar ansiedade. Já a cor cinza pode nos remeter a depressão e a tristeza, ao mesmo passo que pode estar atrelado a elegância, sofisticação e modernidade. “Tudo depende de uma série de fatores: até onde a gente quer chegar, o que somos e o que queremos passar”, explica a videomaker Beatriz.

Ana ainda destaca os resultados terapêuticos das cores e suas capacidades transformadoras: “As cores são capazes de fazer com que a gente se relacione com as pessoas de uma maneira melhor. Então, eu deixo aqui minhas palavras de que as pessoas busquem mesmo conhecer como usufruir melhor dessa ferramenta tão magnífica do universo das cores”.

E se você quer mais um exemplo para estudar as cores no mundo do cinema, a indicação de Beatriz é certa: as produções do cineasta espanhol, Pedro Almodóvar. “Ele traz sempre as mesmas cores repetidamente, porque sempre é aquilo em todas as cenas. Ele é mais um artista, ele quer transparecer como se fosse uma obra de arte mesmo o vídeo dele”.

Seja em um caderninho de pintar, ou em um produto, a cor é um elemento essencial e influente no nosso cotidiano. Notar isso pode ampliar a percepção de mundo.

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