O vai e vem do entretenimento

Com o passar dos anos, plataformas digitais, como o Youtube, tomaram posse do entretenimento. A mistura da falta de tempo e a facilidade de acesso fez com que o mercado mudasse e, com isso, desenvolvedores e empreendedores começaram a investir em aplicativos para celulares que conseguissem tirar as pessoas de sua própria realidade durante a monotonia do dia a dia.

Foi pensando nisso que os criadores do antigo Musical.ly, atual Tik Tok, criaram um servidor de armazenamento de vídeos curtos, inspirados no obsoleto Vine. Hoje, o software conta com mais de 1, 5 bilhões de usuários, sendo o 4º aplicativo mais baixado do mundo, ultrapassando o Facebook e o Instagram.

A antiga plataforma, Musical.ly, foi criada em 2014, tendo seu auge em 2016. Beatriz Hirahara, de 19 anos, começou a utilizar a plataforma em 2016, porém, em 2018, desinstalou e, em outubro, quando tentou baixar o aplicativo novamente, só aparecia o nome Tik Tok. Além do nome, todo o software da plataforma foi atualizado, mantendo somente os users e dados dos usuários pré-existentes.

Com isso, muitos dos antigos usuários voltaram para a plataforma e começaram a criar novo conteúdo, como desafios que envolvem coreografias, gestos e até mesmo dublagens de personagens famosos de séries e filmes. “A variedade de conteúdo que você pode produzir fez com que o aplicativo crescesse. Não importa sua idade ou seu estilo, lá você pode fazer sucesso. Tanto que há milhares de idosos produzindo vídeos.”, comenta Beatriz.

Os denominados “tiktokers” produzem conteúdo diariamente, entretanto, não são tão reconhecidos como os youtubers, por exemplo. “Eu não ganho com o TikTok, já resgatei 200 dólares de presentes dos seguidores ano passado, mas não consigo mais receber presente. O TikTok quase sempre me bane de fazer live por parecer menor de idade. Além disso, o TikTok não incentiva os criadores sem verificação, nem com monetização de vídeos e nem com ajuda para organizar encontrinhos”, conta Beatriz.

Sobre o preconceito sofrido com os usuários do aplicativo, Beatriz comenta: “Eu acho engraçado. Nós somos muito julgados por fazer TikTok. Eu não ligo porque é algo que eu gosto muito de fazer. Cada um tem um estilo, cada um tem um gosto. Acho desnecessário esse julgamento, pois comigo, e com amigos próximos, aconteceu que quem julgava, mais tarde acabou pedindo ajuda ou voltava a falar do nada só por causa da quantidade de seguidores que temos.”