Resenha: Drive to Survive

Lançada em março de 2019, “Formula 1: Drive to Survive” – ou em português, Fórmula 1: Dirigir para Viver – é a série original Netflix que mostra os bastidores e momentos especiais das temporadas da Fórmula 1. Um dos produtores da série documental é James Gay-Rees, diretor de “Amy” e “Senna”, os quais garantiram a ele Oscar e BAFTA, respectivamente. São duas temporadas com dez episódios cada, de aproximadamente 40 minutos, que narram as emoções dos anos de 2018 e 2019.

Embora as corridas que serão mostradas já tenham sido assistidas pelos fãs de automobilismo, o grande diferencial aqui é a Netflix levar os espectadores com exclusividade para dentro das equipes. Podemos ver as tensões no paddock, os sentimentos de cada piloto, as análises dos chefes e até conhecer um pouco mais das famílias em volta da F1. Na primeira temporada não temos a presença das escuderias Ferrari e Mercedes, mas na segunda, sim, o que torna a experiência do programa ainda mais completa.

Alguns dos exemplos do que só foi possível assistir devido à “Drive to Survive” são os instantes que antecedem a abertura da temporada, como as mudanças e desenvolvimento dos carros, e ocasiões mais íntimas como férias e momentos de lazer dos pilotos e dos chefes de equipe, que refletem um lado mais humano por trás de tanta velocidade e adrenalina. Em alguns momentos a trama e os relacionamentos tomam um ar mais hollywoodiano, mas ainda sim, os momentos na pista chamam a atenção.

As competições entre equipes são destaques, como McLaren e Renault que disputam pelo quarto lugar no Mundial de Construtores, e o protagonismo de Carlos Sainz e Daniel Ricciardo. Assim também como os conflitos da Haas, que conta com os comentários do Guenther Steiner, chefe da equipe americana. Além disso, conhecemos o por trás da substituição de Pierre Gasly por Alexander Albon, na Red Bull Racing, e o desespero nos tempos difíceis da Williams.

Com a boa recepção da crítica e o sucesso entre o público, o que podemos esperar da terceira etapa da série, que exibirá o turbulento ano de 2020? Muita intensidade. De maneira positiva, o que é visto no grid, se reflete na produção. Este ano tivemos uma das temporadas mais emocionantes dos últimos tempos. Devido ao coronavírus, que fez o calendário ser remanejado, das 20 corridas normalmente programadas, tivemos 17 em circuitos que puderam receber a corrida, ou em alguns que foram adicionados como o Gran Premio Dell’Emilia Romagna, em Ímola.

Fora as mudanças que a pandemia causou, tivemos inúmeras surpresas nas pistas. Dos 20 pilotos que correm atualmente na Fórmula 1, 13 já estiveram em um dos, até então, 16 pódios. Tivemos corrida embaixo da chuva, pódios improváveis, fogo, capotamento, pilotos afastados pois adquiriram o vírus e recordes incríveis quebrados e restabelecidos. “Drive to Survive” é uma série para os grandes fãs do automobilismo, mas também é a porta de entrada para aqueles que não conhecem o amor e a adrenalina que vai do grid às arquibancadas e vibra pelas telinhas.

1 thought on “Resenha: Drive to Survive

  1. Parabéns pela Resenha Ana! A Fórmula 1 trouxe muito orgulho e alegria ao povo brasileiro. Conhecer os bastidores desse esporte muito contribuiu para valorizarmos àqueles que fazem parte desse esporte.

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