Resenha: Fleabag

Phoebe Waller-Bridge conta uma envolvente história em menos de seis horas na produção original da Prime Video

Com apenas duas temporadas, totalizando 12 episódios que duram menos de meia hora cada, Fleabag é uma comédia dramática que fala sobre luto, solidão, amor, amadurecimento e esperança. Aclamada pelo público e pela crítica especializada, a série recebeu 100% de aprovação pela equipe da plataforma Rotten Tomatoes e acumula 64 prêmios, incluindo Emmys de “melhor série de comédia” e “melhor roteiro de comédia”. Idealizada, escrita e protagonizada por Phoebe Waller-Bridge, a série é um mergulho na vida e na mente da real, falha e humana protagonista — cujo nome verdadeiro nunca é revelado ao público.

Fleabag narra a história de uma mulher, na casa dos 30 anos, no momento em que sua vida está uma bagunça — o que torna o nome da própria série muito adequado, uma vez que a expressão “fleabag” pode ser traduzida literalmente como saco de pulgas ou livremente como maltrapilha, bagaceira. Especialista em dizer ou fazer a coisa errada na hora errada, durante as duas temporadas, acompanhamos a vida comum e as complicadas relações de Fleabag, sejam elas familiares, profissionais ou afetivas. A série aborda, ainda, a vida sexual da protagonista de maneira cômica, natural e livre de tabus.

Em meio a uma dinamicidade ímpar e uma fluidez envolvente, temos uma história que se aprofunda cada vez mais em sua complexidade, sempre mantendo o tom leve e humorístico. Com diálogos breves e certeiros, intercalados com momentos de silêncio bem dispostos; outro destaque do roteiro é o constante uso da quebra da quarta parede pela protagonista, a fim de expor seus pensamentos, opiniões e comentários pontuais. Além disso, a série usa e abusa do humor britânico em sua excelência, sem perder a capacidade de emocionar o espectador.

O casamento entre o brilhante roteiro de Phoebe Waller-Bridge e a atuação impecável do enxuto elenco — que inclui Sian Clifford na pele da amável irmã da protagonista, Olivia Colman interpretando a detestável madrinha e futura madrasta, e Andrew Scott trazendo o inesquecível padre à vida — garante ao público personagens extremamente reais e palpáveis, que lidam com diversos temas de maneira sensível e delicada, como casamento, fé, culpa e morte de pessoas amadas.

Fleabag é uma série para ser vista e revista, pois diferentes interpretações surgem a cada vez. Tornando-se um clássico contemporâneo da comédia, a segunda temporada consegue ser ainda melhor que a primeira, sempre com momentos marcantes e ensinamentos que levamos no fundo do coração — entre gargalhadas e lágrimas.

Pessoas cometem erros. // Pessoas são tudo o que temos. // Esta é uma história de amor.

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