Sob o Luar

De uns tempos para cá, adotei um novo hábito: o de contemplar os elementos que compõem a noite, em especial, a Lua e suas enigmáticas fases. Por causa das demandas da universidade e do trabalho, nunca sei o que me espera na escuridão noturna de cada dia. Como será que ela está hoje? Em qual das suas fases? Nova ou Crescente? Cheia ou Minguante? E ah, existe a possibilidade de ela não querer aparecer hoje também…

Uns dias atrás foram assim. Sem Lua, sem suas fases para acalmar as nossas noites. Em compensação, as estrelas surgem e abrilhantam o breu existente no céu. Depois do jantar, corro para a janela e fico lá, de pé mesmo, a observar e me deixar ser imersa em meio a imensidão do fenômeno.

Já estamos em um novo dia. Pego meu café e vou para a sala. Ligo a televisão para estar a par das notícias do momento, estava naquela parte em que os jornalistas falavam sobre a previsão do tempo: não teremos chuvas nos próximos 14 dias. Desligo o eletrodoméstico e saio de casa para ir à faculdade. Da faculdade, vou direto para a empresa onde trabalho.

São 19:00 da noite. Chego em meu apartamento e me dirijo para a direção do meu quarto, a partir dele, vou ao banheiro para tomar a merecida ducha depois de um longo dia rotineiro. Do caminho para casa, vi que a Lua já tinha aparecido novamente. Estava linda como sempre. Radiante e com suas características manchas escuras, que a fazem ser o que é. Quando gostamos de algo, de alguém até seus defeitos se tornam qualidades e aprendemos a valorizá-las.

Quando era pequena, adorava brincar com a Lua. Seja percorrendo caminhos a pé ou de carro, simulava mudar de direção para ver se ela mudava também. Ela não mudava como nós, humanos, porém, ela parecia estar me seguindo, como se quisesse me acompanhar aonde quer que eu ia. Sentia que ela estava ali para mim, dissipando qualquer possível envolvimento com a solidão da noite.

Isso chega a ser até engraçado. Ao vislumbrarmos a Lua no céu, podemos perceber uma certa melancolia, tristeza aparente, solidão, nostalgia? Ao nos seguir, ela parece contar para nós que ela não quer nos deixar mal, ou coisa parecida. Entende? É como se estivesse dizendo: “Estou aqui”. Não sei se isso faz algum sentido ou se são só paranóias da minha cabeça, frutos da intensidade dos dias.

Enquanto me via presa em meus pensamentos, meu celular apitou. Era um convite para sair naquele dia, naquele momento e naquela hora. Aceitei e fui me aprontar para o repentino evento.

Era noite de Lua Nova.

A Lua que simboliza a chegada de novos amores.

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