Impedidas: só pela pandemia?

Final do Brasileirão 2019 entre Corinthians e Ferroviária (Foto: Bruno Teixeira/Agência Corinthians)

Flamengo, Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos, Grêmio, Cruzeiro. Poucos são os que se lembram das partidas disputadas por esses times nas cinco rodadas do campeonato nacional deste ano. Isto porque o Brasileirão 2020 que teve início antes da paralisação de atividades, devido ao novo coronavírus, foi o feminino.

Conquistando cada vez mais espaço desde a Copa do Mundo da França em 2019, a modalidade começou o ano com mais força em nosso país. Contratos de patrocínio, regularização de salários de jogadoras e maior movimentação nas redes sociais dos clubes são alguns dos benefícios conquistados. Já dentro dos gramados, há uma crescente fidelização de torcida nos estádios e até de espectadores acompanhando os jogos pela internet ou nas transmissões televisivas.

O problema é que a pandemia de covid-19 causou impactos negativos em todos os setores e a necessidade de redução de custos surgiu para muitos. No futebol feminino não teria como ser diferente, o crescimento estagnou e tem causado preocupação. “Estávamos melhorando muito, a visibilidade aumentando, as pessoas indo ao estádio e acompanhando o futebol feminino. Com essa pandemia pode haver um regresso, mas tenho fé de que com o tempo irá melhorar novamente”, declara Ingryd Lima, 22 anos, jogadora do Corinthians.

Mesmo com todos os medos e incertezas envolvendo o momento atual e o futuro da modalidade, a falta de rotina é uma dificuldade, mas paixão é o que fortalece. Entre treinos a distância e impasses para manter o preparamento físico e mental como antes, o contato por meios digitais veio para auxiliar no processo. Em lives, as atletas tentam manter proximidade com o público e matar um pouco da saudade do campo relembrando momentos e colocando risadas em dia. “A gente tá sempre reunido, a nossa relação é muito boa e aquela resenha com o grupo continua”, relata Ingryd.

Por outro lado, a preocupação com o retorno do campeonato iniciado em fevereiro não deixa de existir e a relação com o time e comissão técnica se nutre com esse objetivo comum. Além da expansão de anseios para fora de um clube. “Espero muito que os clubes continuem estruturados e que tenham conseguido se manter para continuar a competição. Espero que o Brasileirão retorne, tenho esperança disso, e que seja uma competição maravilhosa”, afirma a atleta do Corinthians.

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