A arte de empreender

Jovens encontram no empreendedorismo a forma de ter uma renda fazendo o que amam

O microempreendedor individual (MEI) é a pessoa que tem um pequeno negócio, conduz tudo sozinho e se legaliza como pequeno empresário. Em 2008, foi sancionada a lei nº128, que visa formalizar os trabalhadores brasileiros, que até então, desempenhavam diversas atividades sem nenhum amparo legal ou segurança jurídica. Segundo o site oficial do Governo Federal, com a legislação em vigor desde 2009, mais de sete milhões de pessoas já se formalizaram. Os benefícios são diversos como: “aposentadoria, auxílio doença, auxílio maternidade, entre outros”.

Thaís Ileck, de 20 anos, começou a empreender assim que sua filha nasceu, principalmente para conseguir estar mais perto dela e vê-la crescer. Ela aproveitou seu dom com a arte e criou o Nice Caos (@nicecaos) uma loja que vende quadros, faz customização em roupas e, também, encomendas. Thaís conta que construiu tudo literalmente do zero. “Eu estava recém formada e corri atrás de tudo sozinha para fazer de fato acontecer”.

Mariana Gleeran, de 21 anos, também é empreendedora e criou a MG Skincare (@Mgskincaree) para tornar-se independente fazendo algo que ama. A jovem é estudante de direito porém, hoje, tem a loja que vende produtos de cuidado para a pele e cabelo como sua maior fonte de renda. Ela explica que no início tinha o apoio da mãe para organizar as coisas, mas ao decorrer do tempo se encarregou de tudo. Mariana diz que a multifunção é bem cansativa “exige muito de nós empreendedoras, por exemplo: fazer a criação de conteúdo, ter constância, separar pedidos, gerar novas estratégias e atender rapidamente as clientes via WhastsApp”.

De acordo com o relatório lançado no dia 10 de setembro de 2020 pela Oxfam, Organização Não Governamental que combate a desigualdade, as 32 empresas mais rentáveis do mundo lucraram 109 bilhões de dólares a mais durante a pandemia de Covid-19, do que a média dos quatro anos anteriores, de 2016 a 2019. Por outro lado, 400 milhões de pessoas perderam o emprego e 430 milhões de pequenas empresas correram o risco de fechar.

Entretanto, na contramão do aumento do desemprego, o “Mapa das Empresas” divulgado em fevereiro de 2021 pelo Ministério da Economia mostrou que no ano anterior, durante a pandemia, foram abertas mais de três milhões de empresas, um recorde histórico segundo a pasta. Entre elas, 79,3% foram micro e pequenas empresas.

Neste contexto, para Thaís, dar apoio a jovens empreendedores é essencial, principalmente na pandemia. Ela argumenta dizendo que os mais novos serão o futuro da sociedade e, ao apoiá-los, as pessoas contribuem para o primeiro passo de uma mudança muito gratificante. “Porque quando começamos a debater sobre fast fashion, sobre os impactos do meio ambiente, sobre as pessoas precisarem de fato desse dinheiro e a gente começar a olhar para o pequeno e não para o grande”.

Pensando além de incentivar as empreendedoras da baixada santista, Mariana Gleeran junto com Isabelle Furtado, dona de uma marca de acessórios, criaram o Beauty Day feito para enaltecer o trabalho de mulheres da região. Devido ao sucesso, o evento já teve quatro edições e está com outra prevista para o mês de junho.

Thaís diz que hoje, sua maior dificuldade é abordar o público com naturalidade nas redes sociais. Então, no Nice Caos, além de divulgar seus produtos, ela fala sobre moda, amor-próprio, dá dicas de brechó, entre outras coisas. A jovem defende que moda é muito mais do que simplesmente vestir roupas, “mas você estar confortável de sair na rua e conseguir mostrar quem é você”.

De acordo com Thaís, roupas e acessórios personalizados influenciam diretamente no estilo e na autoestima das pessoas. “Porque você está de fato tendo uma coisa que é única, pois todo ser humano é único”. Nesse sentido, de entregar para o cliente uma arte individual, ela produz manualmente os desenhos nos quadros, nas customizações de roupas e acessórios.

Receber o ‘feedback’ positivo dos clientes e saber que está mudando de alguma forma a vida das pessoas, é a parte que Mariana mais gosta quando se trata de empreender. Já para Thaís, ver que estão gostando de seu trabalho, ser chefe de si mesma e poder escolher os próprios horários são os aspectos que mais gosta. “Quando você trabalha com outras pessoas, não pode simplesmente se deixar guiar, eu me guio, faço as coisas com amor e as coisas que eu acredito” explica. Ainda complementa dizendo que segue a sua ‘verdade’: “você respeitar os produtores, ter peças únicas, ser confiante e autêntico”.

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